Decisão segue recomendação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que apontou diversas irregularidades na utilização de recursos do Fundeb, na compra de merenda e na contratação da empresa agenciadora da Festa do Peão
por MURILO CLETO
Na última segunda-feira (20), a Câmara Municipal de Vereadores de Itararé rejeitou as contas do ex-prefeito Cesar Perúcio (DEM) durante o exercício de 2011. A decisão segue recomendação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que teve a análise definitiva publicada na segunda semana de maio. Com exceção de João Antonio Vieira (João da Égua, PTB) e Rodrigo Fadel (PP), todos os vereadores manifestaram-se favoráveis à rejeição. Laércio Amado (PV) não compareceu à sessão.
Nas contas de 2011, o TCE apontou uma série de irregularidades nos seguintes itens:
- Incompatibilidade dos valores dos programas e ações entre o Plano Plurianual e a Lei Orçamentária Anual;
- Utilização de metas e indicadores genéricos no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
- Abertura de créditos adicionais acima da inflação estimada;
- Ausência da elaboração dos planos municipais de Saneamento Básico e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos;
- Ausência de providências para acessibilidade em prédios públicos;
- Falta de transparência na execução de transações contábeis;
- Aumento da dívida ativa;
- Má e insuficiente aplicação dos recursos do Fundeb;
- Ausência de vistas do pagamento dos profissionais da Saúde pelo Conselho Municipal;
- Ausência de prestação de contas na aplicação de recursos da Saúde;
- Ausência de licitação na contratação da empresa agenciadora da Festa do Peão;
- Aquisição de quase R$ 2 milhões em merenda escolar sem licitação;
- Contratações acima do preço do mercado;
(O relatório completo pode ser conferido aqui.)
Neste ano, o então prefeito Cesar Perúcio chegou a ser afastado por uma liminar movida pelo Ministério Público, derrubada poucos dias depois.
Em 2010, a Prefeitura de Itararé também pagou R$ 125 mil para a Cestrein Consultoria Empresarial Ltda, que recuperou, de maneira irregular segundo a consideração do Tribunal de Contas, R$ 1,2 milhão junto à Receita Federal. O Ministério da Fazenda já notificou o município a devolver R$ 3 milhões graças a uma operação similar realizada no ano anterior.
Além da reprovação pelo legislativo local, Perúcio acumula também uma condenação em 3 instâncias pela justiça eleitoral e outra em 1ª instância por improbidade administrativa, mais do que o suficiente para que permaneça inelegível nos próximos anos.
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