por LUIS FELIPE MACHADO DE GENARO
Ninguém gosta de caminhar pelas calçadas desviando de matagais gigantescos, ou mesmo observar uma paisagem dita abandonada, seja no centro, nos subúrbios e nas afastadas periferias. Além da beleza urbana, a saúde pública é logo afetada. Muito mato, muitos insetos, animais peçonhentos, entre tantos outros graves problemas.
De fato, a grande crítica de muitos cidadãos e da própria oposição política e midiática à gestão Ghizzi não recai como antes se fazia, em desvios milionários de dinheiro público, tramoias administrativas, rombos fiscais ou mesmo na falta de eventos culturais e socioeducativos – por mais que a retórica de muitos vereadores e “jornalistas” não flua exatamente nessa direção. Retórica por retórica, a mudança é evidente.
Diferente do que pregam seus mais ferrenhos inimigos, com a chegada de Cristina Ghizzi ao Paço Municipal, desmoronou a velha estrutura envolvendo corruptos e corruptores. Contudo, toda administração pública, por mais séria e coerente que seja, passa por maus bocados. Ainda mais quando se pretende fazer tudo nos trilhos da lei. É ai que se enfrenta obstáculos até então inimagináveis. Afinal, o quão difícil é roçar calçadas e retirar imensos matagais de ruas e avenidas?
No mês passado, conversando com o secretário de Serviços Gerais, Ceir Piotrowski, indaguei quais eram as principais dificuldades da gestão no que dizia respeito à limpeza pública. Sempre disponível e disposto a dialogar, Ceir respondeu: “[No] ano passado, na equipe de jardinagem, havia 12 pessoas. Com aposentadorias, demissões e pedidos de exoneração, passei a ter três componentes apenas. [...]. Consegui incorporar o corpo dos garis na terça e quinta-feira, essa foi a “salvação da lavoura”, onde vários aprenderam a manejar a roçadeira. Com mais de 20 homens terça e quinta não damos conta do recado, pois o mato volta a crescer em apenas 15 dias”. De fato, o “mato” que cresce em todo o município de Itararé, do centro às periferias, não pode ou poderá ser contido com apenas 20 pessoas. O que a população como um todo parece não compreender.
Como mudar essa situação? A terceirização seria uma alternativa imediata. Ceir nos explica que não há dinheiro suficiente para que isso ocorra neste momento. Basta lembrarmos a calamitosa situação financeira da Prefeitura Municipal de Itararé abraçada por Cristina Ghizzi e seu secretariado para atestarmos sua constatação.
A “herança maldita” deixada por gestões anteriores ainda causa sérios problemas para as contas municipais. Se descarta também o uso de produtos tóxicos, outrora a alternativa primeira dos antigos secretários da pasta. “Sei que se não tiver ajuda, dificilmente vou conseguir. Agora é esperar, mas nunca desistindo da luta”, afirma Ceir.
Neste meio tempo, os funcionários da secretaria de Serviços Gerais trabalham para limpar espaços-chave do município, como as avenidas próximas às escolas. Se existem alternativas concretas, estas precisam ser debatidas para ontem. Com o auxilio da população – limpando terrenos privados, e não públicos – e da Câmara de Vereadores –, o que parece ser impossível devido à atual conjuntura política – a Prefeitura deve agir, e rápido.
Novos projetos devem ser postos à mesa e perspectivas precisam ser velozmente revistas. Só assim o sensacionalismo barato dos opositores será calado. Afinal, para eles, o mais importante é roçar o mato. Renovação da frota? Uniformes e livros didáticos? Câmeras de videomonitoramento? Entrega de casas para moradores do campo? Organização das finanças? Nada disso parece importar.
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