sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A Revolta da Vacina Animal

O ativismo de defesa dos animais ocupa uma estreita faixa entre a consciência e a burrice



Acontecimento raro, mas uma postagem curta parece necessária depois da polêmica em torno da invasão de ativistas num laboratório do Instituto Royal de São Roque. Nesta madrugada, integrantes do Movimento Frente Antivivisseccionista do Brasil e mais alguns curiosos entraram na sede do instituto para resgatar animais que, de acordo com denúncias, sofriam maus-tratos e como cobaias para pesquisas científicas na elaboração de cosméticos.

Não conheço o laboratório. E nem vocês. O que eu sei é que a promotoria pública se manifestou informando que duas inspeções foram realizadas na ano passado depois de denúncias, e nenhuma irregularidade foi encontrada. Antes de saber se o laboratório tinha licença da Anvisa, como argumentou em nota, milhares saíram em gritaria pelas redes sociais para defender os "direitos dos animais". E isso pode dar um pano pra manga lascado.

1) Testes em animais são realizados e necessários desde que a medicina é medicina. A ciência precisa dos testes pois sem eles as variáveis na fabricação de medicamentos e na condução de tratamentos seriam transformadas em meras especulações inseguras. Ninguém gosta de repetir essa informação, mas o código genético de mamíferos é extremamente similar. Nosso DNA é muito mais semelhante do que diferente do dos ratos, por exemplo. Neste sentido, os testes apontam prováveis hipóteses de erro, para que você não morra por efeitos colaterais depois de tomar um simples analgésico. 

2) Com toda essa histeria, a impressão que temos é que os pesquisadores ficam rindo nos laboratórios com aqueles óculos de fundo de garrafa de Tubaína enquanto assistem, com seus cabelos brancos espetados, um monte de animais gemendo em meio a sessões de tortura, acompanhadas por camadas de uma fumaça esvoaçante. E claro, também trovoadas. 

PS: nunca entendi por que, mas nestas cenas sempre têm trovoadas.

3) Este caso revela como poucos uma tendência curiosa do mundo contemporâneo que é a humanização dos animais, acompanhada também de outras um tanto quanto complementares, como a adultização de crianças. Com esse discurso, parece que estamos falando de nazistas torturando judeus em campos de concentração anteriores à Segunda Guerra Mundial. 


Se o Instituto Royal age de maneira antiética e desrespeita as normas exigidas para pesquisa científica nos seus laboratórios, é simples: fechem esse boteco. Mas a ciência não vai parar por causa da nossa geração de maricas

Este vídeo curto, mas esclarecedor, aborda o tema a partir de uma perspectiva muito mais - como vocês diriam - consciente: http://youtu.be/vWy_hziZYL8

Atenção para o comentário de uma usuária da rede social no vídeo:

Se as pesquisas todas dependem de sacrificar animais, que morram todos de câncer.

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Estamos assistindo muito a Sessão da Tarde. Aliás, hoje tem Dr. Dolittle a partir das 15h57.


Abraços,
Murilo

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