por JESSICA LEME
Imagem: www.novosdialogos.com |
O pós-modernismo surgiu, segundo alguns pensadores contemporâneos, no final do século XX, partindo da ideia de que todos os padrões e descobertas até então haviam sido vencidos, e, portanto, deveriam ser repensados. Nesse sentido surgem os sujeitos pós-modernos, ou seja, como podemos classificar as novas gerações de homens e mulheres que habitam o planeta, nascidos e criados numa nuvem de modernidade e isolamento social.
Nesta sociedade onde facilmente confundimos o ser com o ter, indivíduos que estejam fora dessa ordem naturalizada do consumo são considerados perdedores, fracassados e sumariamente marginalizados.
Atualmente o mundo todo sofre efeito de uma crise econômica iniciada ainda na primeira década dos anos 2000, mesmo que a grande maioria rechace a ideia esta é sim uma crise do sistema capitalista já prevista há muito tempo. O modelo econômico colapsou.
Os resultados dessa crise são vários. Nesse momento procuro discutir o lugar da pobreza na sociedade atual. O capitalismo no seu bojo de estruturas nos trouxe a ilusão de um bem estar social, de consumo desenfreado, prazer, luxos, entre tantas outras coisas que o dinheiro pode comprar. Na contramão, após as diversas revoluções industriais e tecnológicas, vieram com ele também o desemprego e consequentemente as classes mais pobres e marginalizadas, e que no momento atual não tem perspectiva de mudança de classe social.
Falando num sentido global, o indivíduo pobre hoje tem menos valor ainda socialmente que seus antepassados. Anos atrás o pobre era considerado reserva de mão de obra barata, no aguardo do aquecimento da indústria para ser reinserido no mercado de trabalho, hoje as indústrias enxugam suas fileiras de trabalhadores e a classe desempregada permanece assim.
O que vemos hoje nas sociedades pós-modernas é a tendência a desaparecer com os pobres e marginalizados, que são vistos pelos governos e retratados pela mídia como “pesos para a sociedade trabalhadora que os carrega com o ônus de seu trabalho”. Em contrapartida os pobres não sentem os medos causados pela instabilidade do mundo moderno, visto que em sua situação dificilmente sairão da linha de miséria enquanto os que estão empregados e ativos no mercado consumidor vivem a insegurança de serem colocados de lado pelo desemprego.
Em todo o mundo o Estado do bem estar social (assim chamados os programas governamentais que auxiliam pessoas em situação de pobreza extrema, violência ou drogas), sofre perseguições da sociedade civil e mídia para que desapareça. A sociedade pós-moderna não quer arcar com o resultado do capitalismo selvagem, somente a ética aliada com a moral poderá salvar aqueles que foram alvos de um mundo onde poucos obtêm seu lugar ao sol.
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