segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Estamos perdendo o outro

Edward Hopper, a natureza humana e o ato de ler

por LUISA DE QUADROS COQUEMALA

"Nighthawks"
Edward Hopper foi um brilhante pintor norte-americano que, nas suas obras, gostava de retratar a solidão e a melancolia da vida moderna. Nas suas representações, as pessoas encontram-se fechadas no seu próprio isolamento, mesmo em lugares habitados. 

A meu ver, as pinturas de Hopper continuam fazendo muito sentido nos dias atuais. Seja dentro de casa, em restaurantes, na beira da rua ou em teatros: quando vejo os solitários de Hopper, cabisbaixos, com o olhar perdido em direção ao nada, lembro dos nossos solitários de hoje – uma extensão daqueles, mas que, por sua vez, mascaram sua solidão com uma insistente exposição de sua suposta felicidade. Estamos nos afastando, nos isolando. Ou, como diria Lacan: “estamos perdendo o outro”. Tais fatos fazem com que, ao olhar para um quadro do norte-americano, me tome uma reflexão triste em relação a nós humanos, demasiado humanos. 

Contudo, esta sensação de acabrunhamento cessa quando vejo uma temática recorrente em Hopper: a pintura de pessoas lendo. Observo incansavelmente essas telas. O resultado é diferente. Nelas, não há aquela tristeza irreprimível, a solidão inconsolável dos primeiros quadros. Agora, o olhar perdido direciona-se para um livro. Há cumplicidade, esperança. No meio do caos da vida moderna, não se está mais sozinho.
 
"Office in a small city"
Essas cenas entram em confronto com uma afirmação que escuto regularmente: as pessoas estão lendo cada vez menos. E me preocupa, de fato, a diminuição de um ato tão primordial – e, por vezes, reconfortante. No Brasil, em especial, os dados assustam: o brasileiro lê, em média, um livro por ano, enquanto um espanhol lê 10,3. Quando penso nos supostos motivos disso, duas coisas me vêm à mente: esqueceu-se não só a importância da leitura para a formação de pessoas, mas também o seu significado intrínseco e imediato para nossas vidas. 

Basicamente, a literatura pode ser vista como uma via de mão dupla: ela nos aperfeiçoa exterior e interiormente. Ao lermos um livro, instintivamente nos colocamos no lugar das personagens. Desse modo, sente-se o relato quase que na própria pele – e isso também cientificamente, já que, quando lemos, áreas dos nossos cérebros correspondentes às ações lidas se ativam. Por encararmos, através da leitura, pontos de vista e situações muito diferentes das nossas, aprimora-se nossa capacidade de ponderação e reflexão. Ora, meditar abre os horizontes e, consequentemente, ajuda a formular questões sobre o mundo em que vivemos. Ler um livro sobre as guerras napoleônicas é importante para se entender o processo histórico, porém, ler Guerra e Paz, de Tolstói, é tão importante quanto: tudo se torna muito mais vivo e palpável, proporcionando um outro tipo de entendimento. Neste sentido, literatura e história caminham unidas, ampliando o entendimento e o questionamento das situações.

"People in the sun"
Conseguintemente, o eu interior também se desenvolve. Em seu ensaio Direito à literatura, Antonio Candido já coloca a literatura como fator essencial para a humanização e para o equilíbrio social. A literatura seria grande colaboradora para adquirirmos "aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade e dos seres, o cultivo do humor". 

Muito da desvalorização do ato de ler pode ser uma consequência da inversão de valores que o mundo vem sofrendo. Numa percepção bem simplificada, a literatura trata da vida, dos sentimentos. E, num mundo acelerado, onde impera a "utilidade", para que ela serviria? John Keats, personagem principal do filme Sociedade dos Poetas Mortos, responde pontualmente: "Nós não lemos e escrevemos poesia porque é bonito, nós lemos e escrevemos poesia porque pertencemos à raça humana. E a raça humana está cheia de paixão. Medicina, direito, engenharia são ambições nobres e necessárias para manter a vida. Mas poesia, beleza, romance, amor, é para isso que ficamos vivos".
           
"Compartment C"
Quando foi que perdemos nosso senso contemplativo? Quando é que paramos de observar o mundo a nossa volta? Até que ponto vale a pena se dedicar exclusivamente às coisas ditas úteis e se esquecer da beleza do mundo? Há que se questionar: estou lendo o bastante? Vale a pena dedicar mais tempo a isso?

Ao me deparar com os solitários de Hopper, sinto neles uma falta de conexão com o mundo. Penso naquela pessoa que trabalhou o dia todo, enfrentou vários problemas burocráticos, chegou a casa e perguntou-se, exausto: "Mas, afinal, quem sou eu?". Quem somos nós? Talvez nunca encontremos a resposta exata, mas com certeza a literatura ajuda a chegarmos perto disso. Afinal, somos todos pinturas de Hopper - a diferença é que alguns de nós estamos com livros nas mãos.

10 comentários:

  1. Como disse tua mãe: LINDO TEXTO, parabéns. Concordo contigo em muitas coisas, principalmemte quando dizes que o povo brasileiro lê muito pouco. Leitura é sinônimo de cultura.

    ResponderExcluir
  2. Eu perguntaria quais são os livros na pintura? Por mais que tenha utilizado Nighthawks no meu pc, identificando-me com o rapaz solitário, infelizmente não encontrei uma lanchonete noir para completar a cena mais pão de queijo e cafezito, por mais que tente reproduzir isso em rodoviárias, é talvez de problematizar o personagem leitor e a busca por algo além do trivial e seu consequente distanciamento e no fim sós com olhares distantes. Se nos Estados Unidos haveria um senso pragmático contra a arte e leitores (Henry Miller) e mesmo na Alemanha com o espírito burguês contrário as manifestações e o gosto pelas artes (Thomas Mann em Os BuddenBrook), por aqui Lima Barreto diria que salvo a ilusão de ser Doutor aqui é um Capão só e no fim acabou no hospício, lugar ao qual havia exemplares raros, aos quais fascinaram o literato com a sua riqueza, mas parte de um lugar que poucos os loucos que liam e se faziam eram apenas para recitar coisas banais, reproduzindo no hospício um contexto em que a cultura é artigo de sabido mas sua relação com a vida por um pensamento singular é nula e até mesmo temerária para si e na relação com os outros, mesmo num hospício. (Lima Barreto, coletânea de artigos de jornais e Cemitério dos Vivos). Me chamou a atenção People on the sun, pois ao fazer a pergunta é de pensar em personagens leitores como outsiders ou estariam apenas lendo o que é trivial? Não sei como montaram a estatística mas da resposta fica a dúvida se com o acesso da Internet reverteremos o pouco consumo de livros, visto seu valor, ou se realmente a literatura não tem seu encontro em nossa cultura, somente aquela que manifesta apenas o que é de comum e trivial no dia dia, nos best sellers ditados pelas revistas pois nossos colegas lêem e não a busca por aquela que nos faça olhar distante, de corrermos o risco de nos perder e se fazer outro?

    ResponderExcluir
  3. Oi, Anônimo. Primeiramente, muito obrigada pelo comentário. Nunca imaginei que alguém se disporia a pensar tanto em cima do que escrevi.
    Bom, a ideia que eu tive quanto às pinturas do Hopper foram tiradas, basicamente, da percepção de algo como um Leitmotiv. Não sou nenhuma especialista em arte, nem em Hopper, mas parei para notar a quantidade de pinturas do norte-americano que contêm livros: de cara, encontrei mais de dez. Se levarmos em conta que Hopper não era um pintor assíduo – na sua fase mais produtiva, pintava de seis a sete quadros por ano -, o número dessas telas com livros presentes passa a ser algo notável.
    Em tempos de industrialização e onde as pessoas se viam como “outros” constantemente, não vejo como um abuso hermenêutico encontrar, nesse contexto e com esses números, o livro como um motivo que quer dizer algo a mais. Pelo contrário, acredito que essa interpretação é cabível.
    Bom, quanto ao “senso pragmático contra a arte e leitores”, acho bom fazer alguma ponderações – pelo menos aquelas que estão dentro do meu conhecimento. Pode ser que no mundo, de modo geral, houvesse esse senso. Mas, de maneira alguma, isso quer dizer que ele era único.
    Tomemos o exemplo de Thomas Mann, que você citou. A Alemanha é uma nação que construiu grande parte da sua vida cultural através do Romantismo. Porém, depois que o Romantismo acabou na Alemanha, ainda sobreveio o Romântico (que, segundo Rudiger Safranski, seria uma posição de espírito diante do mundo e que pode se caracterizar, também, por ir contra o senso de vida prático e não-artístico). Thomas Mann foi contemporâneo de Hopper. Contudo, Mann cultuava os artistas em geral e estava guiado pelo espírito do Romântico em face do mundo prático. Os Buddenbrook, primeiro romance escrito por ele, pretendia-se como uma espécie de autobiografia. Seu pai, também um comerciante de cereais, planejou para ele e seu irmão, Heinrich, um plano de carreira comercial. Os dois, porém, para o desgosto do pai, seguiram a carreira literária. Mann via-se, constantemente, como o artista em face da sociedade prática da época (através do personagem Hanno), e isso fica ainda mais claro em Morte em Veneza e Tönio Kroger – novelas, igualmente, de cunho extremamente autobiográfico. Então, não sei até que ponto é válido citar Mann como refutação, já que ele era um grande exaltador da arte e ia contra esse senso que você citou.
    O Nazismo foi, inclusive, em suas raízes, um movimento romântico, classificado por Goebbels como um “Romantismo de aço”. E, de fato, é só com o advento do Nazismo e consequente derrota da Alemanha na guerra que Thomas Mann vai ver-se descrente do Romântico no Doutor Fausto, escrito em 1947. Mesmo com uma posição mais cética, Thomas Mann não foi “contrário às manifestações e o gosto pela arte”, como você o classificou.
    Mas, o Romântico e sua posição perante o mundo em industrialização não acaba com a Segunda Guerra. Mesmo depois da destruição da Europa no conflito bélico, ele, de certa forma, ainda retorna no movimento estudantil de Maio de 68. Nesse interim, o sendo “contra a arte”, é rebatido, inclusive, nos próprios Estados Unidos . A história de “On the Road”, de Jack Kerouack, é uma fuga desse mundo prático e, que forma melhor de ir contra isso do que pegando o carro, viajando pelo país e escrevendo um livro? – algo até Romântico em certo sentido. Tendo em vista que Kerouack foi contemporâneo de Miller, acho um pouco exagerado pensar que apenas o “senso pragmático contra a arte e leitores” era uma coisa única, ou que quem lia era louco – ou que só o fazia para recitar coisas banais, sendo que a literatura não é uma coisa banal.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nesse sentido, vejo como plausível a minha leitura de Hopper. Ainda mais no quadro em que você citou: a diferença de posição do leitor em relação aos outros componentes do quadro me chama a atenção para uma mensagem, como se aquela posição diferente quisesse dizer alguma coisa a mais. Essencialmente, Hopper critica a industrialização, o afastamento das pessoas, o estranhamento. Vejo o leitor, o contemplativo, aquele que para e lê no meio desse mundo, como alguém que deve ser notado não por ser um louco, mas sim alguém que conseguiu encontrar um aprendizado, uma alterativa de vivência num mundo cada vez mais doente.
      E, independentemente de ser a leitura de um best-seller ou de um clássico (sem deixar de pensar que clássicos também vendem muito), ou seja, mesmo sendo uma leitura mais trivial, vejo a importância do ato de ler em si como solução diante de um determinado cenário, então não acho que ultrapassei as raias da imaginação – principalmente porque Hopper estava no meio de todas essas questões que falei acima. Num mundo com tantos conflitos, é difícil acreditar que um único pensamento e uma única posição em relação à arte reinavam de maneira absoluta.
      Acho que não entendi muito bem o que você escreveu na sua última frase, então não sei se a resposta satisfez o que queria saber. De qualquer maneira, muito obrigada pelo comentário. Essas discussões são sempre muito produtivas :)

      Excluir
  4. A minha colocação do Mann foi muito breve para toda a complexidade do seu livro, não anulo isso e tanto que estou mais contente com o que colocou, que já é bem próximo do modo como entendo, mas não pude colocar pois não queria fazer grandes comentários, apenas dar uma deixa para seu ótimo comentário, que realmente aconteceu. Ao comentá-lo, foi na dimensão de que ele, em seus livros, detêm um grande valor para este lado da arte e literatura mas não deixa de contrapor que este ato se faz numa vida e numa sociedade (ou no plural, que é mais bem vindo). Como bem falou dos personagens, sim, o pai do pobre Hanno odiava seu gosto pela música, era contra seu irmão e seus devaneios. Mas Mann é muito rico, pois, longe de uma oposição qualquer, chega o momento que o pobre irmão se pergunta "será que não era eu o fantasista?" quando se interroga de sua postura burguesa, pragmática, austera, tudo voltado para firma. Esse encanto e essa pergunta surge quando o mundo do discreto charme da burguesia se faz em ruínas no seio de sua família. A pergunta do personagem em Mann, assim, torna mais complexa o que poderíamos entender de leitura da vida, da cultura, do que é mais real ou não, rompendo uma dicotomia.

    ResponderExcluir
  5. Sobre o Miller, é claro que não podemos reduzir, o comentário foi apenas uma síntese nada esclarecedora, mas também traduz as turbulências de um escritor perante sua própria cultura. Claro que as coisas são mais diversas e complexas, mas ainda assim é um ponto de partida existente e possível para um panorâmica sobre a própria vida, principalmente quando traduz algo que está no âmago desse escritor. Livros praticamente biográficos na sua luta por anos em se ver um dia escritor enquanto passa a vida como um outsider, muitos vezes incompreensível, admirado ou mesmo escrachado em seu contexto. Em pleno American Wa of life, entrara em contato com outras formas de vida e vivia de um modo peculiar, transpondo suas leituras na construção de uma pessoa singular, tanto que ao ler Bergson num bonde saiu outro ao descer. Isso não quer dizer que quem nâo lê seja ignorante ou que não possa ser exemplo de vidas alternativas, tanto que o Miller reconhece isso e os admira tanto mais quanto os artistas e intelectuais, pois os considerava mais genuínos, mas também sem usar esse discurso para desvalorizar a arte e a literatura, pois em geral são veículos para isso, para construção e desconstrução de si, para alteridade (sentimento de reconhecimento do outro e muitas vezes de si mesmo como outro). Mas muitas vezes não é de qualquer leitura, ou só aquelas que convencionamos em fazer, pois ler e escrever muito se faz, em ipods, nos emails, no face, no desafinado (brincadeira). A história da leitura presume escolha, um ato em liberdade que muitas vezes conduz a rompimentos ou constastes, ou mesmo o temor por quem está em volta "deixa disso menina, onde já se viu essas ideias,fica ai com essas leitura " (Raquel de Queiros em O 15). Mas há aquelas em que, longe de possibilitar o exercício da liberdade sobre si, conduzem o contrário, uma alienação como em Mann ao tratar dos livros interessantes para mulheres donas de casa (Tony e a mulher histérica do XIX) ou mesmo certas partes da bíblia aos quais não vieram a público.

    ResponderExcluir
  6. Lima Barreto: Os loucos eram egocêntricos, liam apenas para dizerem que eram importantes, o importante não era o que da literatura seria significativo para eles, mas como se fossem um personagem, uma leitura próxima de uma perfomace "vejam, estou lendo!". Já Lima Barreto ficara admirado que os livros que se tinha no hospício não seriam encontrados em qualquer biblioteca mas ironicamente num hospício, eu acho essa passagem fantástica, livros interessantes são dados aos loucos mas não estão nas bibliotecas públicas, será que assim não seriam perigosos, quem? Os livros os "loucos" ou as "pessoas comuns"? (só para brincar, pois o comentário já foi muito longe)

    Toda vez que vejo alguém lendo é como que ali estivesse um universo próprio, acho que, assim, é de indagar, não sobre o que estão lendo, mas, o que os personagens no quadro estariam pensando?

    (essas notas foram mais dignas de esclarecimento, acho que o que deve prevalecer é seu texto e seu comentário, muito bons, obrigado)

    ResponderExcluir
  7. # Revendo, peço desculpas ao leitor sobre Lima Barreto, pois soou bem insensível, pois é muito rica essa passagem quanto o livro todo. Certos loucos, muitas vezes vindo de família importante, para manter-se na sua antiga identidade (visto toda condição brutal que se encontrava), gostava de falar sobre assuntos do quotidiano através da leitura de jornais antigos, mas com ares de importância. Rico pois o que mais estes loucos queriam era assuntos do cotidiano, assuntos que faziam referência sobre sua vida fora do hospício, modo, talvez, de sustentar uma identidade e dignidade pessoal, enquanto que os livros importantes para Lima Barreto, se encontravam ali e não numa biblioteca pública. O fato do egocêntrico era que Lima Barreto não gostava de alguns loucos, entre esses que liam os jornais, pois o liam com ares de pedante, colocando-se como doutos com ares nobres. Lima sempre teve antagonismo com o pedantismo em sua literatura marginal e também não desmereceu e muito menos foi insensível ao louco ou aquele que se encontra em processo para tal, visto ele mesmo ser um dos personagens no livro e ter escrito sobre Policarpo Quaresma, um leitor deveras incompreendido pelos doutos. Não somente o trecho poderia ser sinônimo de uma insensibilidade mas também fazer de Lima escroto também. Apenas um reforço, pois reli e achei grosseiro o que tinha escrito. Peço desculpas aos leitores.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi de novo, Anônimo.
      Quanto ao Mann, aconselho a leitura de Morte em Veneza, Tönio Kroger e a Montanha Mágica, que são livros que explanam bem essa questão e, ao meu ver, demonstram ainda mais as ideias da vida do artista e dos ideias românticos do autor. Você me parece uma pessoa bem lida, então acredito que vá gostar – a meu ver, Thomas Mann não tem erro.
      De uma maneira geral, acho que, de fato, as generalizações nunca são boas e, partindo “do outro lado da moeda”, ou de uma visão ampla da questão, foi que eu me pautei no meu texto. Fico feliz por ter gostado. Quanto ao Henry Miller, ainda não pude travar conhecimento com o autor, mas tenho certeza de que vou gostar.
      De qualquer maneira, obrigada pelos elogios. Espero que você volte por aqui mais vezes e possamos conversar sobre temas tão intrigantes

      Excluir
    2. PS: Quanto aos leitores dos quadros, vejo-os como pessoas que estão submersas naquilo que estão lendo. Por exemplo, quando estou em um lugar público e vejo alguém lendo, imagino que aquela pessoa está passando por outras experiências e, ao mesmo tempo, está presente. Pensei nisso como base de argumento para minha ideia sobre o Hopper - justamente porque imagino que, enquanto alguns olham para o nada, outros conseguem vivenciar outras coisas. Num mundo onde as pessoas mal se comunicam umas com as outras, há uma maneira de experimentar novas coisas e encontrar uma companhia por meio da leitura. No geral, é por aí que comecei a pensar o texto :)

      Excluir