quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Crônicas de uma vitória anunciada

Cristina Ghizzi, a Câmara Municipal e o golpe fracassado

por LUIS FELIPE MACHADO DE GENARO

Foto: Jornal Tribuna
Dia 08 de janeiro de 2015 foi um dia histórico. Na Câmara Municipal de Itararé, nossa Casa de Leis, mais um acontecimento marcante foi registrado nos anais de nossa história política. A tentativa de golpe branco orquestrada pela oposição política e midiática à gestão Ghizzi, fracassou. 

Das 17h ao início da madrugada de sexta-feira (09), segmentos da comunidade itarareense, sujeitos políticos, representantes de bairros, funcionários públicos, militantes e jornalistas de nossa imprensa local compareceram à defesa da prefeita Cristina Ghizzi, fortalecidos pelo momento que se delineava. Populares se aglomeravam nos corredores, no hall e também nas calçadas. Naquela tarde, o espetáculo golpista, diante de membros da vereança que salivavam pela queda do Executivo, seria finalmente resolvido. 

Das leituras malfeitas das centenas de páginas das peças jurídicas, em meio ao calor e cansaço atordoantes, mas suportáveis, o sentimento de revolta. Sentada no canto direito das bancadas juntamente com seu advogado, calada e atenta, Cristina era acusada de falsificação de documentos, enriquecimento ilícito, corrupção, entre tantas outras coisas. Entre tantas acusações que, sem bases legais, mas amparadas em um ódio político sem precedentes, fizeram da prefeita, naquela tarde, julgada e sentenciada antes mesmo de sua defesa oral e da votação conclusiva. 

Afinal de contas, não era esta a missão da Comissão Processante? Manchar a imagem pública de Cristina, sua gestão, secretariado e seus feitos? Feitos realizados com um montante de dificuldades burocráticas e financeiras, enraizadas numa herança maldita de administrações anteriores? Em seu discurso de defesa, Cristina rememorou, por exemplo, a falta de crédito quando subiu as escadarias do Paço Municipal. Nem mesmo um parafuso o município poderia comprar. Nossa máquina pública havia sido saqueada. Itararé afundava aos poucos. 

Os 08 vereadores a favor da cassação tinham pleno conhecimento que suas argumentações não alterariam a lógica das coisas e dos fatos apresentados. Entre um e outro discurso reacionário, demagógico, artisticamente estruturado e já no raiar da madrugada, foi a vez de Cristina Ghizzi novamente fazer história. 

Se durante os últimos dois anos a prefeita foi posta ao escárnio, principalmente via boataria pelas ruas, disque-me-disque, grupos no Facebook e a imprensa local, panfletária e eleitoreira, seu discurso de 28 minutos foi destinado a todos aqueles que caluniaram, direta ou indiretamente, fazendo acusações descabidas, mentirosas e distorcidas. Desde o início de sua gestão, programas de rádio e periódicos semanais, todos em mãos opositoras, apontam o dedo para a prefeita, sabotam suas realizações e, muitas vezes, via falsários em redes sociais, sujam o nome e a imagem do Executivo. 

São esses mesmos mentirosos, como bem apontou Cristina em seu discurso, que continuam sendo aplaudidos pela maioria da vereança e parcelas da população. Os mesmos mentirosos que “mamavam” nas tetas da Prefeitura em antigas (e corruptas) administrações. São os mesmos que, nos tempos de outrora, ocupavam cargos públicos, mas nada pensavam, debatiam ou realizavam. Nossa frota, sucateada. Nossa cultura, eclipsada. Nossas finanças, endividadas. 

A vitória, enfim, estava anunciada. A legalidade venceu mais uma sórdida tentativa de golpe. Quando Cristina concluiu sua fala, acalorada como nunca se havia visto, aplausos e urros de emoção. Ao entoarem o nome da prefeita em alto e bom som, a vereança opositora sabia, naquele momento, que o espetáculo montado se esfacelava. Se o “Reage Itararé”, panfletado com fulgor, havia arrastado dezenas de moradores com o intuito de vaiar e humilhar a prefeita, seus planos foram abortados quando o som dos aplausos ecoou pelos quatro cantos da Rua São Pedro. 

Mara Galvão, Zeca da Cofesa, Marcos Vincenzi, Pinguim Santana e João da Égua escutaram a voz da razão e do bom senso. Mais do que minhas estimas, meus sinceros cumprimentos aos vereadores que mostraram seriedade e coragem, impedindo a cassação e a consequente instabilidade política. Que a união entre os 05 e o Executivo se fortaleça e que os trabalhos avancem, dia após dia.

“Se nós estivéssemos em outro período da História, esta gente aqui, a oposição desta Casa, já teria acendido uma fogueira para me queimar”, gritou Cristina Ghizzi. Não há dúvidas quanto a isso. Naquela tensa madrugada, contudo, vencemos apenas uma batalha. A partir de agora, caro leitor, tudo se intensificará. As tempestades serão mais frequentes. O mastro de uma barca de 121 anos precisará ser fortalecido e defendido. Só assim sepultaremos o passado, venceremos no presente e forjaremos o futuro. 

Jornal Itararé News, “Escritos de História & Política”, 14/01/2015.

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