tag:blogger.com,1999:blog-36833687594806561442024-03-05T01:28:47.738-03:00DesafinadoDebates às margens do rio ItararéAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.comBlogger371125tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-23309114231628402192016-06-07T15:25:00.000-03:002016-06-07T18:06:43.212-03:00Câmara se acovarda para blindar Willer de cassação<div style="text-align: center;">
<i>Depois de usar a tribuna para insultar o promotor de Justiça e servidoras municipais com menções que não mantêm relação alguma com a sua atividade como parlamentar, Willer foi protegido pelos colegas e escapou de um processo por quebra de decoro parlamentar</i></div>
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por <b>MURILO CLETO</b></div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2achXhmYtuTlEg2yl-6rFETu9dfiQuoBz4F-ydyp27TP8hfKsw0Ro8MQ4HG6yhtCeZkXJGVpRMyL8BItThMJ5HYtYeSZeIGBogqon6V-SEKD0KJXLyYi-d2HdzXJMbBcsLgUkQQUiqzs/s1600/Willer+1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2achXhmYtuTlEg2yl-6rFETu9dfiQuoBz4F-ydyp27TP8hfKsw0Ro8MQ4HG6yhtCeZkXJGVpRMyL8BItThMJ5HYtYeSZeIGBogqon6V-SEKD0KJXLyYi-d2HdzXJMbBcsLgUkQQUiqzs/s400/Willer+1.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Jornal da Cidade</td></tr>
</tbody></table>
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Ontem a Câmara Municipal de Itararé mais uma vez se acovardou para proteger o vereador Willer Costa Mendes, recusando-se a abrir um processo de investigação por quebra de decoro parlamentar diante das mais recentes declarações do edil.</div>
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Especialmente nas últimas sessões, Willer tem usado a tribuna para ofender o promotor de Justiça Noel Rodrigues de Oliveira Junior graças ao que considera uma perseguição pessoal. O discurso mais incisivo houve logo após a expedição de um mandado em sua residência e não mantém nenhuma relação com a sua atividade como parlamentar, para a qual goza da mais clara e inquestionável imunidade.</div>
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Mas não é disso que se tratam as declarações. Noel foi chamado, como se pode aferir em vídeos, de “canalha”, “jaguara”, “malandro”, “sem-vergonha”, “promotor de merda”, “raposa”, dentre outras classificações irreproduzíveis.</div>
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Só com isso, Willer já deveria ter o mandato cassado. É o que prevê o Regimento Interno da Casa de Leis. A tribuna da Câmara não é lugar para que o vereador resolva suas desavenças pessoais com o promotor de Justiça, que nada tem a ver com o seu destempero e a sua limitação ética. Willer é um dos vereadores mais improdutivos e ainda deve muitas explicações sobre o seu péssimo desempenho como legislador.</div>
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<br /></div>
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Mais graves ainda são as ofensas de Willer a duas servidoras públicas que atuam na prefeitura de Itararé, que, a despeito da condição, irrevogavelmente aberta a críticas, não podem ser moralmente ofendidas graças à condição de gênero. Uma delas teve a atuação profissional questionada graças à exibição de "fotos sensuais" em redes sociais -- "Onde já se viu?", perguntou. A outra, a presença em bares da cidade.</div>
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<br /></div>
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Para se "defender" das acusações, Willer reforçou as ofensas. Associou a primeira servidora à prática da prostituição -- como se demérito fosse para as que dela fazem uso -- e insistiu em desqualificar o Partido Socialismo e Liberdade, ao qual as duas são filiadas e que, ao contrário de todos os outros, tem prestado solidariedade pública diante dos ataques.</div>
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Ontem Willer disse que a iniciativa da sua cassação é de um "grupelho que quer tomar conta da cidade", referindo-se ao partido. Isso não é verdade. O que quer o grupelho é justamente livrar a cidade de ser tomada por trastes como tu, nobre vereador, que, com o aval dos teus colegas José Carlos Mendonça Martins, Lúcio Mariano Camargo, José Donizete de Camargo, Rodrigo Pimentel Fadel, João Antônio Vieira, Júlio César Soares e Jurandir Ribeiro de Carvalho, envergonham ainda mais as instituições políticas do país. "Onde já se viu?" é a pergunta que se faz para a sua presença numa cadeira que, de direito, não lhe pertence.</div>
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Abraços,</div>
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Murilo</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-37588080100959360672016-06-01T22:03:00.003-03:002016-06-02T08:50:30.911-03:00Justiça suspende sessão de julgamento da prefeita de Itararé<div style="text-align: center;">
<i>O juiz Dr. Ricardo Augusto Galvão de Souza identificou ausência de direito à ampla defesa e contraditório na investigação promovida pela Comissão Processante da Câmara Municipal e concedeu liminar do mandado de segurança impedindo a votação da cassação da prefeita municipal Cristina Ghizzi</i></div>
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por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX-zGdVfbQa5Dy18HgHeEHOlLgU2Fb1R-dbjrC5TLMpRlT4Fr7HVqP78rzYJrjX_zG-mq7YfjgfRvuZ8hUe7_hfV8gq5blil32bTOToYq43bEWG4wWD4uggzyvnbboIS5dMgkDaQH-Npc/s1600/Cristina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX-zGdVfbQa5Dy18HgHeEHOlLgU2Fb1R-dbjrC5TLMpRlT4Fr7HVqP78rzYJrjX_zG-mq7YfjgfRvuZ8hUe7_hfV8gq5blil32bTOToYq43bEWG4wWD4uggzyvnbboIS5dMgkDaQH-Npc/s400/Cristina.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Prefeita Municipal Cristina Ghizzi apresenta o laudo técnico pericial que comprova a fraude em documento que deu origem ao requerimento da Comissão Processante. </span><span style="font-size: x-small;">Fonte: https://www.facebook.com/prefeitura.de.itarare?fref=ts</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
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Há quase dois anos a Prefeitura Municipal de Itararé reformou a cozinha da Escola Municipal Maria da Silveira Vasconcellos. Uma licitação foi realizada procurando o menor preço para a reforma, com a qualidade que todos esperavam. Venceu a empresa ICL Obras de Alvenaria Ltda. </div>
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<br /></div>
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Após a reforma realizada pela empresa uma denúncia surgiu: a Prefeitura havia desembolsado mais do que deveria pela obra. Diante da denúncia, a Prefeitura Municipal abriu uma sindicância para apurar os fatos. No fim, tanto a Prefeitura e a Câmara Municipal, em Comissão Especial de Inquérito – CEI realizada no ano de 2014 apuraram a mesma coisa: foi pago mais do que deveria pela obra e diversos funcionários municipais haviam errado na condução do processo. </div>
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<br /></div>
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Sendo um erro administrativo, a CEI realizada pelos vereadores na Câmara Municipal não concluiu que a prefeita teve a intenção de errar, ou que quis pagar a mais pela obra. Nas palavras do próprio Presidente da Casa de Leis, José Carlos Mendonça Martins Junior: “Percebe-se que a Senhora Prefeita não se quedou inerte, não se furtou a adotar medidas duras para sanar os eventuais efeitos causados pelos seus subordinados, apontar culpados e aplicar-lhes as sanções cabíveis”.</div>
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A prefeita Cristina Ghizzi encaminhou as informações para o Ministério Público que enviou para a Polícia Civil. Além disso, penalizou a empresa que fez a reforma: essa empresa não pode vender mais nada para a prefeitura por 02 anos. Ainda ingressou com uma ação judicial (nº. 1000807-20.2015.8.26.0279 – 2ª Vara Cível) para que a empresa devolva o dinheiro que lhe foi pago a mais e abriu um processo administrativo contra todos os funcionários que cometeram erros. </div>
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<br /></div>
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Em depoimento concedido a Polícia Civil, o responsável pela empresa confirmou ter agido de má-fé, inclusive forjando outros orçamentos para superfaturar a obra. Ou seja, todas as investigações realizadas pelos poderes executivo, legislativo e judiciário caminharam para a mesma direção: a Prefeitura Municipal foi ludibriada por uma empresa privada que superfaturou a obra. Não existe nenhum indício de corrupção ativa ou passiva de qualquer agente público como supõem alguns velhos conhecidos outrora envolvidos em administrações corruptas.</div>
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<br /></div>
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Mesmo com a decisão da CEI em 2014, no dia 04 de novembro de 2015, Éliton de Mello Mendes solicitou cópia do relatório desta Comissão Especial de Inquérito ao presidente da Câmara de Vereadores, Dr. Júnior. Em posse dessas informações, Éliton requereu a abertura da Comissão Processante contra a prefeita Cristina Ghizzi.</div>
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O grande problema é que o documento que solicitou cópia da CEI e permitiu a abertura da CP é fruto de <a href="http://www.jornaloguaraniitarare.com.br/artigos/comissao-processante-defesa-de-cristina-ghizzi-alega-fraude-em-cp" target="_blank">falsificação</a> de acordo com laudo do perito criminal Luís Moreira. Segundo o perito, a assinatura de Éliton de Mello Mendes presente no documento é falsa, o que permite afirmar que a Comissão Processante contra a prefeita Cristina Ghizzi foi motivada por informações obtidas por meio de documento fraudado. Diante da perícia comprovando a fraude, a prefeita entrou com pedido de arquivamento da denúncia, negado pelos membros da Comissão Processante. </div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSusDfjEzeorc1U4MjvsKOMjqQxTiwZAzFf6uHhrc6eFUhY3Z3mc5QhMTR6X97m-Fy6CPIyxwjPPTKaURn2GzPmrIm2l8uXfswEH9mFqVJKAIa5kP0Mk3bgzzVwH-gZOy7dHd2kL1ewZE/s1600/Considera%25C3%25A7%25C3%25B5es+do+laudo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSusDfjEzeorc1U4MjvsKOMjqQxTiwZAzFf6uHhrc6eFUhY3Z3mc5QhMTR6X97m-Fy6CPIyxwjPPTKaURn2GzPmrIm2l8uXfswEH9mFqVJKAIa5kP0Mk3bgzzVwH-gZOy7dHd2kL1ewZE/s400/Considera%25C3%25A7%25C3%25B5es+do+laudo.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Foto das considerações finais do laudo técnico pericial que indica fraude no documento de requerimento do relatório da Comissão Especial de Inquérito. </span><span style="font-size: x-small;">Fonte: https://www.facebook.com/prefeitura.de.itarare?fref=ts</span></div>
<div>
<br /></div>
</td></tr>
</tbody></table>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Finalizada a investigação da CP, os vereadores Mara Galvão, José Aparecido dos Santos, o “Zeca da Cofesa” e Pinguim entregaram o relatório com as conclusões. Mara e Zeca defendendo a cassação e Pinguim defendendo a inocência da prefeita. Com o término da investigação foi marcada a sessão de votação da cassação do mandato da prefeita para o dia 1º de junho. </div>
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<br /></div>
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O advogado de defesa da prefeita, Dr. Carlos Felipe Gonçalves Demétrio entrou com pedido de liminar de mandado de segurança defendendo a ausência de direito à ampla defesa e contraditório, <a href="http://esaj.tjsp.jus.br/cpopg/show.do?processo.codigo=7R0000FS90000&processo.foro=279" target="_blank">deferido</a> parcialmente pelo juiz Dr. Ricardo. Na decisão liminar, o magistrado concluiu que a ausência da perícia no local da obra supostamente superfaturada e a não realização da oitiva da prefeita configuraram cerceamento do direito à ampla defesa e ao contraditório. Cabe à Comissão o direito ao recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo.</div>
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<br /></div>
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Em linhas gerais, mesmo com todas as evidências da inocência da prefeita e da existência de documento fraudado pelo requerente da CP, dois membros da comissão defenderam a cassação do mandato legitimamente conferido pelo voto popular, tendo em vista que com a impugnação da chapa do então prefeito reeleito César Perúcio, Cristina Ghizzi teve o maior número de votos válidos no pleito de 2012. </div>
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<br /></div>
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Para uma parcela significativa da imprensa local e parte dos vereadores, que ao invés de trabalharem em benefício da população criando projetos de lei e buscando recursos por meio de emendas parlamentares insistem na perseguição política a prefeita, mesmo que provisória, a decisão do juiz significou mais uma derrota. </div>
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<br /></div>
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Em meio a este quadro de disputas políticas as eleições se aproximam e os mesmos que no momento julgam politicamente serão julgados pelo poder soberano das urnas. Que a justiça seja feita e que o legislativo municipal seja renovado e formado por políticos que tenham um projeto de cidade e não de poder, é o que todos nós itarareenses almejamos.</div>
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<br /></div>
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Abraços,</div>
<div style="text-align: justify;">
Osvaldo. </div>
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<div id="ftn2">
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-46040933066604583442016-05-25T13:44:00.003-03:002016-05-25T13:46:05.761-03:00Aos que virão depois de nós<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<i> O fim das vinculações constitucionais, políticas de bonificação e as perspectivas para a educação no governo Michel Temer</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpQEJYojkUNuaFd-QlYhEVzAF5PvmjxSEkne1jUzpee-mJHAH0IQUrBLBQdvSWuURBcc9H_i06Hgi4vs3XRFTxuu9fNgAd1ZPEzrZAwf5UWlQDluxxBgzSRgkBCImLuFPyeCwTykKPRPc/s1600/michel-temer-henrique-meirelles-e1464123250110.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpQEJYojkUNuaFd-QlYhEVzAF5PvmjxSEkne1jUzpee-mJHAH0IQUrBLBQdvSWuURBcc9H_i06Hgi4vs3XRFTxuu9fNgAd1ZPEzrZAwf5UWlQDluxxBgzSRgkBCImLuFPyeCwTykKPRPc/s400/michel-temer-henrique-meirelles-e1464123250110.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Michel Temer e Henrique Meirelles concedem entrevista coletiva. Fonte: Pragmatismo Político</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Ainda em outubro de 2015, o PMDB por meio da Fundação Ulysses Guimarães publicou o programa <a href="http://pmdb.org.br/wp-content/uploads/2015/10/RELEASE-TEMER_A4-28.10.15-Online.pdf" target="_blank"><i>Ponte para o futuro</i></a>, no qual apresentava dados sobre a crise econômica do país e algumas medidas possíveis para vencê-la. No item A questão fiscal, o programa assume que a Constituição de 1988 fixou limites constitucionais mínimos de gastos, dentre eles os 25% para a Educação, e que por algum tempo esse limite contribuiu para os avanços na área, porém que esses limites “tornaram muito difícil a administração do orçamento”. Dessa forma, segundo o documento é “necessário em primeiro lugar acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Confirmando o prognóstico apresentado pelo programa <i>Ponte para o Futuro</i>, Michel Temer, presidente interino e Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda anunciaram em <a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/24/politica/1464108533_703976.html" target="_blank">entrevista</a> coletiva realizada no último dia 24 de maio um pacote de medidas que inclui o congelamento dos investimentos em saúde e educação. Para isso, será enviada uma Proposta de Emenda Constitucional – PEC que terá que ser aprovada por três quintos do Congresso Nacional. Se aprovada a destinação de um percentual obrigatório da arrecadação de tributos para saúde, educação e outros gastos na área social deixará de existir. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo o relatório <a href="https://www.oecd.org/edu/eag2013%20%28eng%29--FINAL%2020%20June%202013.pdf" target="_blank"><i>Education at a Glance</i></a> da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE o Brasil dobrou o investimento em Educação passando de 2,4% do Produto Interno Bruto – PIB em 2000 para 4,7% do PIB em 2012. O aumento nos investimentos colocou o Brasil em <a href="http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/11/brasil-e-pais-que-mais-investe-em-educacao-diz-ocde" target="_blank">3º</a> lugar no ranking de investimentos em Educação. Apesar disso, o gasto anual por aluno continua abaixo da média dos países da OCDE, 3 mil doláres anuais por aluno da Educação Básica, enquanto os países da OCDE investem aproximadamente 8 mil e 200 dólares por aluno dos anos iniciais, 9 mil e 600 por aluno dos anos finais e 9 mil e 800 por aluno do ensino médio. Ainda segundo a OCDE, o PIB do Brasil pode crescer <a href="http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2015/06/21/internas_economia,487365/pib-do-brasil-pode-crescer-sete-vezes-com-investimento-em-educacao-basica.shtml" target="_blank">sete vezes</a> com o investimento em Educação Básica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em outro documento, <a href="http://veja.abril.com.br/complemento/pdf/TRAVESSIA%20SOCIAL%20-%20PMDB_LIVRETO_PNTE_PARA_O_FUTURO.pdf" target="_blank"><i>A travessia social</i></a> o PMDB se compromete a prover “saúde, educação, segurança pública e proteção social”, não por serem considerados serviços públicos essenciais, mas porque “o mercado tem dificuldades de prover”. O documento indica ainda que as avaliações demonstram resultados insatisfatórios na Educação Básica. Para mudar essa realidade é proposta uma “reforma completa” pautada em alguns princípios. Dentre eles, destaco a proposta de criação de um programa de certificação federal que permita o pagamento de adicional custeado pela União aos professores de 1º e 2º grau. Em linhas gerais, <i>A travessia social</i> propõem uma política de bonificação ao invés de planos de carreira e salários que incentivem o professor a continuar se capacitando e melhorando a sua prática. Exemplos de que essa política de bonificação não produz resultados positivos não faltam. Copiada da cidade de <a href="http://www.cartacapital.com.br/politica/copia-fiel" target="_blank">Nova York</a>, onde já foi foi abolida por ineficácia, a política de bonificação fracassou no <a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/politica+de+bonus+fracassou+em+sp+diz+especialista/n1300007058410.html" target="_blank">Estado de São Paulo</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste contexto, para o cargo de Ministro da Educação foi indicado <a href="http://revistaescola.abril.com.br/dia-a-dia-na-educacao/quem-mendonca-filho-assume-ministerio-da-educacao-e-cultura-949542.shtml" target="_blank">Mendonça Filho</a> do Democratas – DEM. O partido do Ministro além de ingressar com <a href="http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=110990" target="_blank">ação de inconstitucionalidade</a> contra as cotas raciais e o Programa Universidade para Todos – <a href="http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/vida-na-universidade/maioria-dos-ministros-do-stf-vota-pela-constitucionalidade-do-prouni-285qro0bpet37gl9rs4sury32" target="_blank">PROUNI</a>, votou <a href="http://www.folhabaiana.com/acm-neto-e-toda-bancada-do-dem-votaram-contra-os-royalties-do-petroleo-para-a-educacao/" target="_blank">contra</a> a destinação de 100% dos royalties do Petróleo para a Educação. Ou seja, dentro da lógica de cortes apresentada pelo governo Temer, o DEM é o partido ideal para assumir o Ministério da Educação, pois historicamente se posicionou contra o aumento dos investimentos na área.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVd52Y5UCId3aKkPJezecVQVP2b61h8RPSNH26XYr0TIu_QPmcu2nO4ASrjMl-p4ZqjtefMMmf2avjRQn7GCPimKMWDauB3AA8rpSLKH9tfAcrl-E3H2oCHG0T2La7TChBMq-zFcA6e7s/s1600/16107324.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVd52Y5UCId3aKkPJezecVQVP2b61h8RPSNH26XYr0TIu_QPmcu2nO4ASrjMl-p4ZqjtefMMmf2avjRQn7GCPimKMWDauB3AA8rpSLKH9tfAcrl-E3H2oCHG0T2La7TChBMq-zFcA6e7s/s400/16107324.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Deputado Mendonça Filho - DEM. Fonte: Folha de S. Paulo</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Diante dessa realidade, como no poema de <a href="http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Aos-que-virao-depois-de-nos/12/7490" target="_blank">Brecht</a>, nós, educadores, vivemos tempos sombrios. As reformas liberais propostas por Temer propõem interromper o ciclo de crescimento de investimentos na educação e pautar a carreira do magistério nos modelos tecnicistas de produtividade. O tempo da revolta se aproxima, e se não nos revoltarmos ao lado deles aos que virão depois de nós restará a cegueira. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Abraços,</div>
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Osvaldo.</div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-12777674310772513322016-05-12T21:01:00.001-03:002016-05-12T21:01:51.275-03:00Machismo na política<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Como os discursos do vereador Willer Costa Mendes representam o machismo, sexismo e a misoginia na política </i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br style="text-align: start;" /></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="text-align: start;">por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZcZVNb_nMD8Ch_Bq8xtap0llkLYWgorQisWYIjHjpXszm0R3GIQgDXoM2l0KI87AwWLULVpQFSkXmiNP2qRkyiha1JfHM44eyts651xipshiSsKdMPX8qfWWfUS4yLI_BUF_hJPIYgG8/s1600/Imagem+1+%2528Willer%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZcZVNb_nMD8Ch_Bq8xtap0llkLYWgorQisWYIjHjpXszm0R3GIQgDXoM2l0KI87AwWLULVpQFSkXmiNP2qRkyiha1JfHM44eyts651xipshiSsKdMPX8qfWWfUS4yLI_BUF_hJPIYgG8/s400/Imagem+1+%2528Willer%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fonte: Câmara Municipal</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A dominação masculina é entendida pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu como um processo histórico de submissão do gênero feminino construído por diferentes formas de violências simbólicas, ou seja, violências que não são físicas, mas produzidas por discursos, ideias e ações. Essa dominação é reproduzida em três práticas: machismo, sexismo e a misoginia. O machismo é um sistema de ideias, que procura esconder as relações de exploração e dominação, de submissão entre o homem e a mulher. Pertencem a este sistema o sexismo, enquanto atitude de discriminação em relação às mulheres, e a misoginia, enquanto sentimento de aversão e repulsa às mulheres.</div>
<div>
<br /><div style="text-align: justify;">
Na política brasileira, a dominação masculina pode ser evidenciada em números. Cerca de <a href="http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/deputada-mulheres-ocupam-menos-de-10-dos-cargos-politicos,83b963fc8940b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html" target="_blank">10%</a> dos cargos eletivos são ocupados por mulheres. Atualmente, as mulheres ocupam apenas 63 das 594 cadeiras do Congresso Nacional. Na última lista da União Interparlamentar (UIP), que analisou a participação de mulheres na vida política em 189 países, o Brasil ocupa a <a href="http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/brasil-ocupa-o-129%C2%BA-lugar-em-participacao-politica-feminina/" target="_blank">129º</a> posição. Para além apenas dos números, as mulheres são o alvo preferido dos machistas que ocupam espaços na política. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde que rompeu com a prefeita Cristina Ghizzi, o vereador Willer Costa Mendes vem fazendo ataques não apenas aos atos administrativos da chefe do executivo municipal, mas na maioria das vezes ataques pessoais. Dentre esses ataques, o vereador chegou a afirmar que a prefeita "cacarejava" em programa de rádio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dando continuidade aos ataques pessoais e gratuitos, na sessão do dia <a href="https://www.youtube.com/watch?v=xwW0qvDfuow" target="_blank">2 de maio</a> o vereador Willer atacou duas funcionárias da Prefeitura Municipal. A Secretária Municipal de Assistência Social, Bárbara Lechisnk foi atacada pelo vereador por supostamente ingerir bebida alcóolica em momento de lazer, enquanto a Assessora Jurídica, Luana Maria Rodrigues foi atacada pelas "fotos sensuais" publicadas em redes sociais. O vereador chegou a dizer que seria bonito alguém ocupando um cargo público tirar fotos como essas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia <a href="https://www.youtube.com/watch?v=z5qKGNrBWEI" target="_blank">9 de maio</a>, o vereador Willer respondeu a nota do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL que denunciou a atitude machista na sessão anterior, com a afirmação de que não é machista, pois nunca "brigou" ou "bateu" em mulher. Em continuidade ao discurso machista, o vereador afirmou que nunca tirou foto para redes sociais de tipo "book rosa", fazendo uma relação clara entre os hábitos da vida privada da funcionária e a prática de prostituição. Além disso, questionou as roupas utilizadas pela funcionária em determinados espaços. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que o vereador parece não entender é que o machismo não se expressa apenas na violência física, mas justamente nos discursos preconceituosos proferidos por ele na tribuna da Câmara Municipal. Ou julgar as mulheres pelos habitos ou roupas não é preconceito? Será que se fossem elas, secretários e tivessem os mesmos habitos o vereador teria coragem de atacá-las na Câmara?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ademais, como no caso em que insultou o Promotor de Justiça de Itararé, o vereador parece não entender o que significa a imunidade parlamentar. A imunidade não dá a ele direito de dizer o que quiser na tribuna da Câmara dos Vereadores, mas apenas direito ao foro privilegiado. Nessa direção o vereador deve responder a processos judiciais impetrados pelos prejudicados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Diante dessa realidade, cabe as mulheres se filiarem aos partidos, participarem das discussões políticas, ocuparem os espaços públicos que são delas por direito. Além disso, analisar na hora do voto se o seu candidato tem práticas machistas, sexistas e misóginas. Só assim, conseguiremos ocupar a política e varrer os machistas de uma vez por todas da política nacional, regional e local.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Abraços,</div>
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Osvaldo. </div>
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</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-83107425458980053952016-05-03T11:14:00.003-03:002016-05-03T11:14:50.605-03:00Câmara Municipal ignora pedido de informação feito por coletivo de cidadãos<div style="text-align: center;">
<i> <span style="text-align: center;">Pedido de informação sobre projetos e emendas parlamentares feito pelo coletivo Clube da Luta não foi respondido pelos vereadores</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></div>
<div style="text-align: right;">
<b><br /></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv6gr2EcNM-WtdLub2EtLdmMxEhSQuFURU9cjItzC-qUrg2By54k4dVD7AwTMgbEB2G-mDh8m-TLu-eYpztA1rokbh8GsfFhPcfJxIt2iSxB9HO_XZcXe4dwy8MRvwF4bTBm842Y7767g/s1600/Imagem+1+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="361" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv6gr2EcNM-WtdLub2EtLdmMxEhSQuFURU9cjItzC-qUrg2By54k4dVD7AwTMgbEB2G-mDh8m-TLu-eYpztA1rokbh8GsfFhPcfJxIt2iSxB9HO_XZcXe4dwy8MRvwF4bTBm842Y7767g/s400/Imagem+1+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><span style="text-align: start;">Manifestação que originou o Clube da Luta. Foto: Click Up</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<br /><div style="text-align: justify;">
Em junho de 2013 o Brasil foi sacudido por protestos de rua originados pelo movimento contra o aumento da tarifa de transporte público em São Paulo organizado pelo Movimento Passe Livre. Neste contexto, a jornalista Aline Fop criou um evento no facebook em apoio as manifestações em Itararé. Em pouco tempo o evento atingiu 1.400 participantes e ganhou o apoio dos professores José Rodolfo Machado e Mariana Bruno Pinto. No dia 20 de junho a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=CkAOXzysKJ8">manifestação</a> em Itararé-SP contou com 150 pessoas e ocorreu de forma pacífica, apartidária, respeitosa e clara, sem denegrir a imagem ou atacar ninguém, configurando um movimento de pessoas pedindo por uma cidade e país melhores. Dessa manifestação nasceu o coletivo Clube da Luta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conversamos com José Rodolfo Machado, um dos organizadores da manifestação e membro do Clube da Luta para saber mais sobre a história do movimento e sobre o pedido de informação protocolado na Câmara de Vereadores no último dia 16 de março. Segundo José Rodolfo, após a passeata, no dia 24 de junho, segunda-feira, os organizadores foram convidados pela prefeita para se reunir com ela em seu gabinete e apresentar a pauta de revindicações. Desse encontro nasceu a ideia de criar o Clube da Luta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Trabalhando em três esferas básicas “Trabalho, Educação e Saúde”, o movimento tem como objetivo levar reivindicações da população aos poderes executivo e legislativo. Ainda de acordo com José Rodolfo, "o movimento é apartidário, mas não antipartidário. Ou seja, recebe e aceita todos os partidos, mas não aceita palanquismo nem propagandas políticas. O debate está aberto, não há publicidade de nenhum partido em especial".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com o objetivo de apresentar para a população de Itararé-SP o que foi feito pelo legislativo no quadriênio 2013-2016, José Rodolfo protocolou o pedido de informação referente aos projetos de lei e emendas parlamentares obtidas pelos vereadores no dia 16 de março de 2016. De acordo com José Rodolfo o pedido foi protocolado pelos funcionários da casa de leis e chegou às mãos do presidente, Dr. Júnior.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMh9nw-036pTro9D1rhMPLy4EA3heEdGwPzPH276xgVkwxBXVHXbWcCS8h_KeOEdUb1bkDHNt9M42yDnsYxTjsbyT6TlTZdRsk4HoNgAIw51_n72_nFDA2Fk0JLoVbbOE_jMiRfwX535w/s1600/Imagem+2+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMh9nw-036pTro9D1rhMPLy4EA3heEdGwPzPH276xgVkwxBXVHXbWcCS8h_KeOEdUb1bkDHNt9M42yDnsYxTjsbyT6TlTZdRsk4HoNgAIw51_n72_nFDA2Fk0JLoVbbOE_jMiRfwX535w/s640/Imagem+2+%25281%2529.jpg" width="440" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Documento protocolado pelo Clube da Luta</span></div>
<div>
<br /></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O problema é que em total desacordo com o princípio de transparência na gestão pública, a Câmara de Vereadores não respondeu o pedido do movimento Clube da Luta. Segundo José Rodolfo, isso aconteceu por dois motivos "desrespeito para com a população representada pelo Clube da Luta e falta de conteúdo para apresentar a mesma. Já que embora eles pedissem nas sessões uma oportunidade para mostrar seu trabalho que segundo eles próprios era cooptado pelo jornal da Prefeitura, ao ter tal oportunidade se negam a mostrar seus projetos de leis e contribuições de verbas parlamentares por não terem cumprido sua tarefa de servidores públicos e trabalharem em prol do povo".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Causa estranheza que um simples pedido realizado por cidadãos itarareenses tenha sido ignorado pelos vereadores, ainda mais se tratando de ano eleitoral, momento de maior interesse na exposição de projetos de lei e emendas parlamentares que beneficiaram a população. Resta saber se a Câmara de Vereadores tem o que apresentar no pedido de informação. Com a palavra os vereadores do município de Itararé.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
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Abraços,</div>
<div style="text-align: justify;">
Osvaldo.</div>
<div>
<div id="ftn1">
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-37717331194873724182016-04-28T23:53:00.000-03:002016-04-29T14:03:17.125-03:00Para jamais esquecer!<div style="text-align: center;">
<i style="text-align: center;">Apesar da impunidade, o massacre de 29 de abril de 2015 continua vivo na memória de servidores, educadores e de todos aqueles que defendem a democracia no Brasil</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></div>
<div style="text-align: right;">
<b><br /></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhxgnb94xymE7FEpkxyxIUoxweJ2uOe6j7SdpMv2K7Q7b06IRT14UGBBMWVv8gVFFP1DzCQOBunmI4ZZMcqkwiFyeD31jQHrytHBwkcaRw0Qmh1o7A1rICmOCSixYDojuZ-m5jc0hICNI/s1600/Massacre.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhxgnb94xymE7FEpkxyxIUoxweJ2uOe6j7SdpMv2K7Q7b06IRT14UGBBMWVv8gVFFP1DzCQOBunmI4ZZMcqkwiFyeD31jQHrytHBwkcaRw0Qmh1o7A1rICmOCSixYDojuZ-m5jc0hICNI/s400/Massacre.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><span style="text-align: start;">Massacre dos professores e servidores em Curitiba-PR</span><br style="text-align: start;" /><span style="text-align: start;">Fonte: </span><a href="http://veja.abril.com.br/multimidia/galeria-fotos/policiais-e-professores-em-greve-se-enfrentam-em-curitiba-2015" style="text-align: start;">veja.abril.com.br</a></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Peter Burke, historiador inglês, afirma que “a função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”. Nesta direção, é nosso o papel manter vivas memórias de eventos traumáticos para que não caíam no esquecimento. É exatamente esse o caso do dia 29 de abril de 2015. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Era um dia como outro qualquer na capital paranaense, não fosse a greve de servidores e professores estaduais que nas suas duas paralisações já durava mais de um mês. Nesse dia, o projeto de mudanças na previdência, enviado pelo governador Beto Richa seria votado na Assembleia Legislativa do Paraná. Por este motivo, foi marcada uma manifestação dos grevistas em frente a ALEP. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que ninguém esperava é que o <a href="http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/1988-o-ano-que-nunca-terminou-cd7vz63ige1lu2arjrta8i6vi" target="_blank">30 de agosto</a> de 1988, data em que o então governador Álvaro Dias ordenou o uso de força policial contra os professores em greve no Estado, atirando a cavalaria em cima dos grevistas, fosse se repetir de maneira ainda mais violenta. Karl Marx dizia que “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Neste caso, podemos afirmar que ela se repetiu novamente como tragédia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Beto Richa, governador do Estado e Fernando Francischini, então secretário de Segurança Pública ordenaram o uso da força policial contra os grevistas e promoveram o maior <a href="http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/04/professores-entram-em-confronto-com-pm-durante-votacao-na-alep.html" target="_blank">massacre</a> contra servidores públicos da história do país. Foram aproximadamente 2 horas de uma violência desproporcional que deixou mais de 200 civis feridos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3n-5e_TVLPJSGZGF6wXoq5dX16XnbVLnDEzm2NNWYzljhRaX_koxXb92rx0QFGmAVXwn1tRU56XvUPA-Gs4UzzYDICx8jBplX9IQCbiuKBXw2OoBGx0yviMX-KHy6gM1AyncR0aQZnSw/s1600/Professor+ferido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3n-5e_TVLPJSGZGF6wXoq5dX16XnbVLnDEzm2NNWYzljhRaX_koxXb92rx0QFGmAVXwn1tRU56XvUPA-Gs4UzzYDICx8jBplX9IQCbiuKBXw2OoBGx0yviMX-KHy6gM1AyncR0aQZnSw/s400/Professor+ferido.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Professor ferido.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Foto: Maurilio Cheli / Fonte: www.brasileiros.com.br</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No mês anterior ao massacre, em levantamento do Paraná Pesquisas realizado na manifestação contra o governo Dilma na cidade de Curitiba-PR, <a href="http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/45-dos-manifestantes-aceitariam-uma-intervencao-militar/" target="_blank">45%</a> dos manifestantes se posicionaram favoráveis a “intervenção militar”, o que significa dizer que quase metade deles era a favor do retorno da Ditadura Militar que assombrou o país por 21 anos. Daí a compreensão de que em uma sociedade que naturaliza a violência e concorda com regimes de exceção, atirar cavalos, bombas, cachorros e balas de borracha em professores e servidores seja considerado por muitos um ato trivial.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Resultado dessa complacência de muitos setores da sociedade, quase um ano depois, a Justiça Militar pediu <a href="http://www.brasilpost.com.br/2016/03/23/arquivamento-batalha-centro-civico_n_9531128.html" target="_blank">arquivamento</a> do processo que apurava os excessos policiais e apesar da <a href="http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/mp-discorda-de-parecer-de-promotor-da-vara-militar-sobre-a-batalha-do-centro-civico-2tsbedz2kst51nxnllaiixqnb" target="_blank">discordância</a> do Ministério Público do Paraná, até hoje, todos os responsáveis pelo massacre permanecem impunes, dentre eles o maior responsável, o governador Beto Richa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar do esforço pela impunidade e pelo esquecimento, artistas, jornalistas independentes, servidores, professores e historiadores tem trabalhado para manter vivas as memórias do horror vivido naquele 29 de abril. Um cinegrafista da produtora independente Cine Monstro criou o vídeo <a href="https://vimeo.com/126493625" target="_blank"><i>Nunca esqueça</i></a>, com imagens do horror vivido pelos manifestantes. Professoras da Universidade Federal organizaram o <a href="http://site.anpuh.org/index.php/lancamentos-livros/item/2880-um-registro-do-29-de-abril-de-2015-para-nao-esquecer" target="_blank">livro</a> <i>Um registro do 29 de abril de 2015: para não esquecer</i> que conta com textos, imagens, depoimentos de professores, manchetes e títulos de jornais sobre o massacre. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Concluindo, de acordo com Jacques Le Goff, a história “deve esclarecer a memória e ajudá-la a retificar os seus erros”. Dessa forma, cabe a todos nós mantermos vivas experiências tirânicas como as do 29 de abril de 2015 para que elas não se repitam. Para jamais esquecer, a história e a memória são fundamentais. </div>
<div>
<div id="ftn7">
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-72162713045318264532016-04-25T08:55:00.000-03:002016-04-25T08:55:06.356-03:00Vereador de Itararé insulta promotor de Justiça<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<i>O vereador Willer Costa Mendes (PDT) em discurso na sessão do dia 11 de abril insultou o Promotor de Justiça da comarca de Itararé, Dr. Noel Rodrigues de Oliveira Júnior</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjifZv7RXkYjMBu5dVtRgn5nx64q8Ie1vk2_joQbAbr-XenTsdQWfNHt7ssgqvOOJBZMNXqVU-s0Oq0o4_rTFAHCtNTF6rdYn4U3E0fcWHKQamVPL3CxjpwvQOL-brp5hwjBiT8v0Rs2hY/s1600/Willer+1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjifZv7RXkYjMBu5dVtRgn5nx64q8Ie1vk2_joQbAbr-XenTsdQWfNHt7ssgqvOOJBZMNXqVU-s0Oq0o4_rTFAHCtNTF6rdYn4U3E0fcWHKQamVPL3CxjpwvQOL-brp5hwjBiT8v0Rs2hY/s400/Willer+1.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Jornal da Cidade</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em sessão da Câmara de Vereadores do município de Itararé realizada na segunda-feira, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=FbyHmuRpmPQ" target="_blank">11 de abril</a>, o vereador Willer Costa Mendes do PDT, conhecido pelos seus discursos efusivos e desrespeitosos contra figuras públicas, insultou o Promotor de Justiça do município.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Logo no início do discurso, o vereador afirma que Dr. Noel é “um bandido travestido de promotor”. A justificativa de Willer é que as denúncias protocoladas contra a prefeita municipal não são averiguadas pelo promotor. Além disso, o vereador alega que vem sendo alvo de um processo de perseguição por parte do promotor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dentre os adjetivos utilizados o vereador utilizou “canalha”, “jaguara”, “malandro”, “sem-vergonha”, “promotor de merda”, “raposa”, “traste”, além de mandar o promotor se retirar do município e ir “para o inferno”. Em certo momento o vereador foi advertido pelo presidente da casa pela sua postura indecorosa, porém após um breve momento de maior comedimento o vereador voltou a repetir os impropérios contra a figura do Promotor de Justiça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em resposta a Associação Paulista do Ministério Público (APMP) formada por mais de 3 mil promotores emitiu uma <a href="http://www.apmp.com.br/index.php/swap/4782-nota-de-apoio-ao-promotor-de-justica-noel-rodrigues-de-oliveira-junior" target="_blank">nota de apoio</a> ao promotor. “vítima de injúrias e inverdades proferidas pelo vereador”. Ao comentar o caso, o promotor afirmou que “no Brasil de hoje, infelizmente, algumas pessoas que gozam de cargos eletivos acreditam que estão acima da Constituição Federal e das Leis, somente porque gozam da famigerada imunidade parlamentar”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta direção, cabe ressaltar que a imunidade parlamentar não dá o direito ao vereador de dizer o que quer, mas apenas de ser julgado pelos seus pares. Inclusive, o fato pode ser enquadrado como quebra de decoro de acordo com o Regimento Interno da Câmara Municipal de Itararé, resolução nº 04 de 14 de novembro de 2000, que apresenta o seguinte:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Art.288 - Se qualquer Vereador cometer, dentro do recinto da Câmara, excesso que deva ser reprimido, o Presidente conhecerá do fato e tomará as seguintes providências, conforme gravidade:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
I - advertência pessoal;</div>
<div style="text-align: justify;">
II - advertência em Plenário;</div>
<div style="text-align: justify;">
III - cassação da palavra;</div>
<div style="text-align: justify;">
IV - determinação para retirar-se do Plenário;</div>
<div style="text-align: justify;">
V - proposta de sessão secreta para que a Câmara discuta a respeito, que deverá ser aprovada por 2/3 (dois terços) dos seus membros;</div>
<div style="text-align: justify;">
VI - denúncia para a cassação do mandato, por falta de decoro parlamentar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cabe agora, saber se os colegas de Câmara Municipal compactuam com as palavras proferidas pelo edil ou se vão se posicionar no dever de sua função como fiscalizadores.</div>
<div>
<div id="ftn2">
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-43897138822244302352016-04-20T13:54:00.002-03:002016-04-20T13:54:49.113-03:00A espetacularização do fascismo e a naturalização do absurdo<div style="text-align: right;">
por <b>SANDRO CHAVES ROSSI</b></div>
<div style="text-align: right;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDkzCilQj9jsLr6UvIgvphN5v-rEebYT84Q9PrSuDuViIzGy0MTZ2qTVOFhPLAlpky9y69H7tEl1xTgA9Bbp_AsWhizdLJfqjYtXmeuGDCIx1tYoejLO-puKmuN1guKzE98EMbF_8K574/s1600/imagem+vitor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDkzCilQj9jsLr6UvIgvphN5v-rEebYT84Q9PrSuDuViIzGy0MTZ2qTVOFhPLAlpky9y69H7tEl1xTgA9Bbp_AsWhizdLJfqjYtXmeuGDCIx1tYoejLO-puKmuN1guKzE98EMbF_8K574/s400/imagem+vitor.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<br /><div style="text-align: justify;">
Desde a redemocratização do Brasil existem pessoas que ainda lamentam o fim da ditadura militar, pessoas que vão desde figuras públicas, até eleitores comuns. É bom deixar claro que isso não é exclusividade do Brasil, na América Latina inteira há inúmeras pessoas que pensam da mesma maneira, porém, somente aqui no Brasil o entusiasmo pela ditadura sempre se manteve tão forte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na contramão de países como Argentina, Uruguai e Chile, nossos país nunca pôs a limpo o período obscuro da ditadura militar, tampouco julgou os criminosos de seu tempo. Tais fatos contribuem para que a nossa jovem democracia ainda seja cada vez mais fragilizada. Quando não há entusiasmo pela democracia, nos tornamos passíveis de atitudes anti-democráticas que, por sua vez, respaldam nas instituições democráticas e no debate político, seja ele de qual âmbito for.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa é a questão, pelo menos uma delas: as instituições e os debates políticos devem se basear em parâmetros, esses parâmetros nada mais são do que a democracia e os direitos humanos. Quando violamos esses parâmetros, cerceamos as liberdades civis, o respeito e a dignidade. Não há maior exemplo disso do que o fato que ocorreu no último dia 17/04, na votação do impeachment na Câmara do Deputados, quando o deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSC-RJ) homenageou o coronel Brilhante Ulstra, responsável pela morte e tortura de inúmeras pessoas, inclusive da presidenta Dilma Rousseff, no período da ditadura militar. Pior que a "homenagem" foram as pessoas que ovacionaram tal discurso. Isso, meu caro leitor, tem nome e se chama 'fascismo'.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um governo falido e impotente é suscetível, e muito, a críticas sim, não vamos explicar o óbvio, porém essas críticas devem ser sempre muito bem fundamentadas e debatidas para que não causem mais retrocesso do que já há. Aí aparece outra questão: o embasamento da crítica. Há setores da sociedade que vêm, há anos, distorcendo a realidade em prol de suas ideologias. Por exemplo, há um problema puramente racional quando se tem dados e relatos do retrocesso que foi a ditadura militar e mesmo assim ainda há pessoas os negam e, não contentes, ainda pedem a sua volta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns desses setores da sociedade ainda pregam a ideia de que o governo atual é composto por um partido de extrema esquerda que conspira contra a sociedade. Qualquer um que tenha uma base teórica razoável sobre política sabe que isso não passa de uma falácia, porém há muita gente que acredita nesse papo e acaba comprando essa ideia esdrúxula, um terreno perfeito que colabora para a propagação de ideologias sem embasamento racional, o que torna as pessoas passíveis ao absurdo - garanto que muitos já viram alguém defender algo inacreditável enquanto navegava pelas redes sociais. Pra ser mais específico, essas ideologias tornaram a política um assunto puramente econômico. Obviamente que medidas devem ser tomadas para que o país supere a crise econômica e retome o crescimento, o problema é que tais ideologias propõem qualquer detrimento social em prol do crescimento econômico, essa que é a grande preocupação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para justificar o detrimento das conquistas sociais em prol da economia, tais ideologias pregam que as ciências humanas não passam de pseudo ciências e que são puramente "doutrinadoras", subestimam e ridicularizam inúmeros estudos feitos pelas ciências sociais, pela história, filosofia e direito. Além de distorcerem a realidade em outros países para usarem como exemplo a ser seguido no Brasil. Não importam as conquistas sociais garantidas nos últimos anos, são elas a culpadas pelo retrocesso econômico. A culpa da economia ir mal é de quem recebe bolsa do governo, de quem estuda em universidade pública, de quem usa o SUS ou de quem recebe um simples salário mínimo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, uma grande parcela de quem dita as pautas políticas do país compartilha dessas ideologias, que ,de tanto serem compartilhadas, foram aceitas e normalizadas por um parcela considerável da sociedade. Estão aplaudindo quem usa o ódio e o egoísmo como vertente política, quem usa a nossa indignação para se promover, quem se diz revolucionário por querer tirar os nossos direitos, quem pode simplesmente sair do país quando tudo por aqui der errado. Como diz aquela música do Engenheiros do Hawaii: o fascismo fascinante deixa gente ignorante fascinada.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-76565495287757237962016-04-18T10:52:00.000-03:002016-04-18T11:31:38.899-03:00Os fins justificam os meios<div style="text-align: center;">
<i>Pelo impeachment vale defender a Ditadura e os torturadores militares e aplaudir Eduardo Cunha, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: right;">
por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizcjMpjrG_K_2g5JBtWATC_jYBwgWrnSluXO4cNHwqK_p-C5FHvY0xn-KrQ4_lepz7b68Ir2sllYwgx2BPv-T0thuFXCYeo4nMC5lAI7zBG4mFPGh9wdagAi6RTLpsfXtmbhcLQRDnvqU/s1600/n-EDUARDO-CUNHA-large570.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizcjMpjrG_K_2g5JBtWATC_jYBwgWrnSluXO4cNHwqK_p-C5FHvY0xn-KrQ4_lepz7b68Ir2sllYwgx2BPv-T0thuFXCYeo4nMC5lAI7zBG4mFPGh9wdagAi6RTLpsfXtmbhcLQRDnvqU/s400/n-EDUARDO-CUNHA-large570.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Após 3 dias e 2 noites de sessões na Câmara dos Deputados foi <a href="http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/04/camara-aprova-prosseguimento-do-processo-de-impeachment-no-senado.html" target="_blank">aprovado</a> por 367 votos favoráveis e 137 contrários o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff do PT. O processo segue agora para o Senado que deverá votar pela admissibilidade, o que provocará o afastamento temporário da presidente. Em seguida, em nova votação o Senado deve decidir pelo afastamento definitivo, sendo necessários 2/3 dos votos válidos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No século 16, Nicolau Maquiavel, historiador, filósofo, dramaturgo, diplomata e cientista político italiano do Renascimento escreveu <i>O príncipe</i>. Obra-prima da ciência política moderna, apresenta um panorama da política como ela “realmente era” e não como “deveria ser”. O objetivo da política é o poder, e para isso o príncipe busca o poder e todos os meios serão considerados válidos para isto. Maquiavel inclusive afirma que: em política, os aliados de hoje são os inimigos de amanhã. Escrita há mais de 500 anos, esta obra nos ajuda a compreender o processo de impeachment em curso no Brasil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em primeiro lugar, a afirmativa que o fim da política é o poder parece cada dia mais clara em nosso país. Enquanto o governo tenta se segurar nos programas sociais promovidos pelos governos petistas nos últimos 13 anos e parece não ter um projeto ou mesmo forças para sair da crise política em que se colocou, a oposição apresenta total ausência de um projeto de país. Para eles, o que está em jogo é a possibilidade de (re)assumir o poder por via indireta, já que o candidato a sucessão, Michel Temer, não ultrapassa <a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1759342-lula-e-marina-lideram-corrida-para-2018-tucanos-despencam.shtml" target="_blank">2%</a> das intenções de voto em uma possível eleição direta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em segundo, a ideia de que os aliados de hoje são os inimigos de amanhã parece exemplificar de maneira perfeita a coalização de partidos favoráveis ao impeachment. A exceção do PSDB e do DEM, oposição ao governo federal desde a chegada de Lula a presidência, todos os demais partidos faziam parte da base aliada até pelo menos o mês de março de 2016. Sob a defesa da governabilidade, Lula e Dilma assumiram alianças espúrias com esses partidos oportunistas que sem nenhuma afinidade programática, a não ser com os cargos e os benefícios de estar no poder, agora os apunhalaram pelas costas em um jogo de poder que faria inveja aos Medicis da Florença de Maquiavel. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em terceiro e último, tanto a oposição, quanto a opinião pública parecem convergir na defesa da máxima de que “os fins justificam os meios”, frase que nunca foi dita por Maquiavel, e que na verdade deriva das inúmeras interpretações e apropriações da sua obra. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPlPhicrsrXMj8H5dEghyphenhyphenc1xrmVf34KKZqPr9oyG6pNgbeTqmHd1UZAtkLSM-U-90Z3xzJNjMpBmX8znxQoLIYTypsrOdqmA5oGeP6b19oim4D8s0Xx6s0G83eb3TMPqfc-PPgxX-nQaw/s1600/votos-camara.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPlPhicrsrXMj8H5dEghyphenhyphenc1xrmVf34KKZqPr9oyG6pNgbeTqmHd1UZAtkLSM-U-90Z3xzJNjMpBmX8znxQoLIYTypsrOdqmA5oGeP6b19oim4D8s0Xx6s0G83eb3TMPqfc-PPgxX-nQaw/s400/votos-camara.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Plenário lotado na votação da continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma na Câmara (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) </span></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Nesta direção, para conseguir o impeachment da presidente Dilma vale aplaudir a família Bolsonaro que em ato de desrespeito a democracia utilizou o espaço nos microfones para saudar a Ditadura Civil-Militar e mesmo para homenagear o Coronel Brilhante Ulstra, torturador de centenas de pessoas, incluindo a presidente Dilma. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vale também aplaudir Paulo Maluf, conhecido pelo bordão “rouba mas faz”, que há poucos dias fazia parte da lista de procurados da Interpol, política internacional, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Também ovacionar o deputado Silvio Torres que afirmou votar por São Paulo, estado há 20 anos governado por políticos honestos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vale ainda aplaudir uma centena de deputados que no momento máximo do processo justificaram seus votos pela família, filhos, netos, fundamentos do cristianismo, projeto de troca de sexo das crianças nas escolas, pelo fim dos petroleiros, pelos moradores de rua que moram na rua, pela BR 429, pelo povo com nome no SPC e pela República de Curitiba, tudo, menos pelas tais “pedaladas fiscais” que sustentam o relatório apresentado pelo deputado Jovair Arantes. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vale por fim, não se importar com o fato de o deputado Eduardo Cunha, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas presidir a sessão do alto da sua legitimidade moral e ética. Cunha é réu da Operação Lava Jato e teve a denúncia de corrupção acatada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, é acusado de ter movimentado <a href="http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/04/planilha-detalha-suposta-propina-de-r-52-milhoes-eduardo-cunha.html" target="_blank">R$ 52 milhões</a> no esquema. Porém, neste momento, é tratado como “malvado favorito” ou mesmo como “bandido útil” e deve ganhar <a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/18/politica/1460943585_924610.html" target="_blank">“anistia”</a> na Comissão de Ética que julga a cassação do seu mandato.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Portanto amigos, o que está em jogo neste momento, não é o combate a corrupção, a Operação Lava Jato ou a moralização da política, é simplesmente a deposição da presidente Dilma Rousseff e a destruição do PT e para isso os fins parecem justificar os meios.</div>
<div>
<div id="ftn4">
</div>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-42769365915147664622016-04-11T08:32:00.002-03:002016-04-11T08:32:55.278-03:00Podres Poderes<div style="text-align: center;">
<i>A Operação Alba Branca e o esquema de desvio de merenda escolar no governo de Geraldo Alckmin em São Paulo</i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
por <b>OSVALDO RODRIGUES JUNIOR</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsKyyrzpuoidw804OPBpsMLJ7Hfa9C50Y8-HcArU4UvNaFZat7DazpY4J2R0ibHLwjKWw5j78-c9aqlImOV-QSbevOexuBPTCr4eg9kpl7e-TS9yplIZ3aJEvY0_P0XDIwkzIug5HYpLk/s1600/Imagem+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsKyyrzpuoidw804OPBpsMLJ7Hfa9C50Y8-HcArU4UvNaFZat7DazpY4J2R0ibHLwjKWw5j78-c9aqlImOV-QSbevOexuBPTCr4eg9kpl7e-TS9yplIZ3aJEvY0_P0XDIwkzIug5HYpLk/s400/Imagem+1.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na última terça-feira, 05/04, Marcel Ferreira Júlio, indicado pelo Ministério Público de São Paulo como operador do esquema que desviou mais de R$2 milhões de reais da merenda escolar no Estado de São Paulo <a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1758565-em-delacao-lobista-diz-que-propina-da-merenda-ia-para-capez.shtml" target="_blank">afirmou em delação</a>, que parte da propina era destinada ao Deputado Estadual e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo Fernando Capez do PSDB. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O esquema investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de São Paulo na <a href="http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/02/veja-como-funcionava-o-esquema-suspeito-de-fraude-na-merenda-em-sp.html" target="_blank">Operação Alba Branca</a> desde 16 de janeiro, tinha como centro a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), sediada em Bebedouro. De lá saíam contratos forjados com preços de alimentos adulterados. Cássio Chebabi, ex-presidente da Coaf afirmou em acordo de delação premiada, que um lobista fazia contatos com políticos e órgãos públicos para a escolha da cooperativa em processos de licitação. No acordo era estipulado o valor de 5 a 25% de propina paga aos agentes públicos envolvidos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entre os supostos beneficiários do esquema estão o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fernando Capez (PSDB), o deputado federal Duarte Nogueira Júnior, e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglZYZXjKxKPKivJLjoZE0NrViJO3qCgOew2q4dwXLbSnaatT3EeYl3AYsKlA7_uunxP8kpFSEHXXxWPWXul95aiZNJvmxG3kGeRQePzVP5Gso0SQTfRz2Qo66-2NhGdAjYCIMlzWHtagk/s1600/Imagem+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglZYZXjKxKPKivJLjoZE0NrViJO3qCgOew2q4dwXLbSnaatT3EeYl3AYsKlA7_uunxP8kpFSEHXXxWPWXul95aiZNJvmxG3kGeRQePzVP5Gso0SQTfRz2Qo66-2NhGdAjYCIMlzWHtagk/s400/Imagem+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na tentativa de se descolar do caso, o governador tucano demitiu Moita e Fernando Padula, chefe de gabinete do antigo secretário de Educação Herman Voorwald, também demitido em dezembro, depois da fracassada tentativa de reorganização das escolas públicas do Estado de São Paulo, que deflagrou um movimento de resistência dos estudantes secundaristas no Estado. Padula, foi o responsável pela <a href="http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/11/governo-de-sp-diz-que-prepara-acoes-de-guerra-contra-ocupacoes-em-escolas.html" target="_blank">declaração de “guerra”</a> aos estudantes secundaristas durante o movimento de ocupação das escolas estaduais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre o esquema, Alckmin afirmou que “isso é uma quadrilha que começou em outros Estados e chegou a São Paulo. Quem diz se a cooperativa que fornece os itens para a merenda está habilitada é o Ministério do Desenvolvimento Agrário”. Ou seja, para o governador tucano, a culpa pelo esquema de desvio de merenda que envolveu seu secretário de Educação, o chefe de gabinete do secretário, o chefe da Casa Civil do seu governo, que ocupava a sua antessala no Palácio dos Bandeirantes, além do líder do seu partido na ALESP é do governo federal por habilitar a Coaf para o fornecimento de merenda escolar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDRPke-ponMs_5LsCBmH-TNxg0zpSmuAtRtk1hIE2M7Z8Utr0QYedi6V3X8x_oK5TCWRZ_AwPpADPrFC9EznmhQII0EiT1vXBPjaOLJnx7DhRUc0zE_Hvmi4Vfe8P_x1BhzMYY1CiBd3w/s1600/Imagem+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDRPke-ponMs_5LsCBmH-TNxg0zpSmuAtRtk1hIE2M7Z8Utr0QYedi6V3X8x_oK5TCWRZ_AwPpADPrFC9EznmhQII0EiT1vXBPjaOLJnx7DhRUc0zE_Hvmi4Vfe8P_x1BhzMYY1CiBd3w/s400/Imagem+3.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Carlos Alberto Santana, outro ex-presidente da Coaf afirmou em depoimento que uma equipe da Polícia Federal foi a cooperativa, mas apesar da existência de irregularidades <a href="http://www.cartacapital.com.br/revista/892/agentes-caolhos?utm_content=buffer21d0c&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer" target="_blank">nada foi feito</a>. Outro fator que causou estranheza até mesmo aos investigadores, foi o desinteresse da PF em participar do caso mesmo após a deflagração da Operação Alba Branca em janeiro deste ano. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como o Cartel do metrô, esquema que fraudou licitações para compra de trens entre 1998 e 2008 e que está <a href="http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/01/cartel-do-metro-de-sp-inquerito-esta-parado-ha-1-ano.html" target="_blank">parado na justiça há um ano</a>, o “merendão” tucano confirma que em São Paulo “enquanto os homens exercem seus podres poderes, morrer e matar de fome, de raiva e de sede, são tantas vezes gestos naturais”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Abraços,</div>
<div style="text-align: justify;">
Osvaldo.</div>
<div>
<div id="ftn5">
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-3913212621763318592016-04-07T18:07:00.000-03:002016-04-07T18:07:47.260-03:00Câmara acolhe parecer do TCE e rejeita as contas de Cesar Perúcio em 2012<div style="text-align: center;">
<i>Dentre as irregularidades apontadas, estão um déficit de R$ 7,5 milhões nos cofres do município, além de um calote no INSS, contratações ilegais e o remanejamento de 42% das despesas originalmente previstas para o ano</i></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
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por <b>MURILO CLETO</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt9NU8F1klUiinAb0TZDu7zixQgWye32MuTadViq8Bb8efx5D4SeyDvDI8wzboxAQcXT0qo9FLli-0ub3Po7jHKn6p8WmROq3UWLE55W0xTwGBWLB8rTzQltSZ1FauOzB68DQdP85Mk14/s1600/EDMIRCHEDIDITARAREETEC.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt9NU8F1klUiinAb0TZDu7zixQgWye32MuTadViq8Bb8efx5D4SeyDvDI8wzboxAQcXT0qo9FLli-0ub3Po7jHKn6p8WmROq3UWLE55W0xTwGBWLB8rTzQltSZ1FauOzB68DQdP85Mk14/s400/EDMIRCHEDIDITARAREETEC.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: <a href="http://www.al.sp.gov.br/geral/noticia/noticia.jsp?id=278838" target="_blank">Assembleia Legislativa do Estado de SP</a></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na última sessão da Câmara Municipal de Itararé (segunda 4), os vereadores decidiram acolher o parecer do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), rejeitando as contas da prefeitura no exercício de 2012, quando governada por Luiz Cesar Perúcio (DEM). Seguindo o mesmo tribunal, a Câmara também já havia rejeitado as contas de 2011. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao todo, somente 3 vereadores aprovaram as contas de Perúcio: Julião do Rede, João da Égua e Rodrigo Fadel, com quem o ex-prefeito pode fechar aliança na eleições municipais de 2016.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De acordo com o relatório do Tribunal de Contas, o administrador "não demonstrou responsabilidade na gestão fiscal", tendo cometido graves irregularidades nas contas públicas do município, como, por exemplo, um déficit orçamentário de R$ 7,5 milhões. O rombo foi 3.606% maior do que em 2011, quando o déficit foi de R$ 195 mil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, 42% das despesas previstas no orçamento foram alteradas e remanejadas durante o ano de 2012. Ainda segundo o TCE, o ex-prefeito também abriu créditos adicionais sem apresentar, contudo, a fonte da receita. E deu o calote numa dívida parcelada com o INSS, no valor total de R$ 363 mil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Tribunal de Contas também apontou irregularidades na contratação da empresa de consultoria Castelucci Figueiredo. Primeiro porque a prefeitura deixou de recolher, sem qualquer base legal, R$ 6,3 milhões. Atualmente a Receita Federal cobra, de acordo com o executivo, mais de R$ 17 milhões. Segundo porque, além de prejudicar as contas do país e do município, a operação também foi contratada em desacordo com os princípios legais de isonomia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso tudo significa que, se o Tribunal Superior Eleitoral avaliar "irregularidade insanável e que configure ato doloso de improbidade administrativa", como prevê a Lei da Ficha Limpa, o ex-prefeito pode ser mais uma vez declarado inelegível por 8 anos. Cesar Perúcio já tem uma condenação em 3ª instância na própria justiça eleitoral e outra em 1ª na comum.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(O relatório do TCE pode ser consultado no site <a href="http://tce.sp.gov.br/">tce.sp.gov.br</a>. Na barra de pesquisa, digite 1730/026/12)</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Com informações da assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Itararé.</i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-46559772473182470152016-02-15T12:38:00.002-02:002016-02-15T12:38:47.765-02:00Que fase<div style="text-align: center;">
<i>A greve de servidores municipais e as lideranças políticas do presente em Itararé</i></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
por <b>MURILO CLETO</b></div>
<div style="text-align: right;">
<b><br /></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9e3PUw7LbewLji-NZGCYWhObuWMxAmb6JACMUDL1BHNVF7Pz83-hT_tctvcTQSpcaN5GeOlZL86j15_5AnjpaazOmPQb9qdVH_Lrj0EHScPxxehhzDAhourmsKtNWWKqq4lG5S2vOA9M/s1600/img-20160211-wa0010_zBqGYkj.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9e3PUw7LbewLji-NZGCYWhObuWMxAmb6JACMUDL1BHNVF7Pz83-hT_tctvcTQSpcaN5GeOlZL86j15_5AnjpaazOmPQb9qdVH_Lrj0EHScPxxehhzDAhourmsKtNWWKqq4lG5S2vOA9M/s400/img-20160211-wa0010_zBqGYkj.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Romeu Neto / TV Tem</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Poucos eventos demonstram o grau de desgraçamento político em que Itararé se encontra do que os condicionantes da greve de funcionários municipais que se desenrola desde a última quinta-feira. Não sou absolutamente ninguém pra dizer de que lado eles devem ficar, mas também não poderia deixar de comentar o que sei a respeito do que está acontecendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Primeiro, a questão do mérito. O reajuste salarial oferecido pela prefeitura deveria ser de 10,67%. O número não é aleatório. É o que se precisa pra manter pelo menos igual o salário do ano passado. Na prática, um reajuste de 2% significa arrocho. E as consequências dele seriam trágicas não apenas pras famílias que dependem destes vencimentos, mas pra economia local. São quase 2 mil funcionários. É só fazer as contas do impacto negativo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de comum para os professores da rede estadual, como destacado pela prefeita, a proposta de parcelamento anual do reajuste é risível porque joga nas costas do próximo mandato um problema que não foi ele quem criou – algo com que a atual gestão sofre até hoje e serviu de explicação plausível para os principais problemas de caixa vividos pelo executivo. Além do mais, a economia não dá quaisquer sinais claros de que a inflação vá diminuir significativamente. E isso deve virar uma bola de neve.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Também pesa contra Cristina uma série de promessas não cumpridas quanto à redução de gastos com gratificações e horas extras. Ao contrário do anunciado, as gratificações não incorporadas permanecem intocadas. E não é segredo pra ninguém que, enquanto alguns comissionados carregam diversos setores nas costas, outros seguem onerando os cofres públicos sem nenhum retorno sob a forma de serviços bem prestados à população. Some-se a isso uma porção de contratações sem projeção de impacto na folha. É bem verdade que o gasto da gestão Cristina com cargos de confiança nem se compara ao de gestões anteriores, mas, quando sequer o mínimo é garantido, deveria estar na hora de rever até que ponto vale somente esta analogia pra justificar a letargia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso sem contar a eterna inabilidade de comunicação do executivo com população e trabalhadores, que serve não apenas pra que muita coisa permaneça não esclarecida, mas pra que muita coisa não se resolva. Depois da reunião com o sindicato, a prefeitura lançou uma “nota de esclarecimento” tenebrosa no site oficial, toda mal escrita – a ponto de ser incompreensível – e que não cita, uma vez sequer, a palavra “greve”. Pra falar a verdade, é graças à cobertura da TV Tem que se pode saber o mínimo acerca das posições antagônicas neste impasse.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se por um lado é verdade que há muitos professores que não aderiram à greve na rede estadual e agora cruzaram os braços, é verdade, por outro, que muitos dos que apoiaram quando foi contra Alckmin agora se opõem quando é contra Cristina. As condições, evidentemente, não são as mesmas. Mas a base das reivindicações continua sendo a mesma, que é o reajuste. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Inclusive lamento muito por aqueles que jogam com o argumento de que a greve atrapalha a população, na medida em que os serviços são interrompidos. Greve é pra atrapalhar, sim. Como que não? Se não atrapalhar, não exerce efeito nenhum de pressão. Se houver excessos, cabe à justiça decidir. Quem é ligado ao Partido dos Trabalhadores, cuja origem remonta às bases sindicais, deveria saber muito bem disso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas essa história tem um detalhe importante demais pra ficar de fora. Hoje quem convoca, articula e lidera a greve é, evidentemente, o sindicato dos servidores municipais, presidido por Willer Costa Mendes, vereador há 7 anos. Aquele mesmo que mentiu quanto à inconstitucionalidade do reajuste no ano passado, que disse que a prefeita “cacareja” no programa de rádio e que, até agora, na posição de legislador, não apresentou uma solução sequer pros graves problemas de arrecadação que o município vive faz muito tempo. Uma postura que não diverge muito dos demais. Porque tem uma questão matemática aqui: Itararé arrecada cada vez menos e precisa gastar cada vez mais. E quem resolve isso, junto ao Paço, é a Câmara.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Rigorosamente todas as alternativas propostas pelo executivo neste sentido foram destroçadas pela oposição. Chegaram a “confundir” ITBI com IPTU, quem lembra? Fraca demais na Câmara, a prefeitura abandonou todos os projetos que poderiam corrigir os privilégios fiscais ultrajantes que beneficiam os mais ricos. Além do mais, um pouco de atenção quanto à realidade nacional não faria mal a ninguém. Há municípios e estados que estão parcelando não apenas reajustes, mas salários integralmente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa fragilidade pode ser percebida, por exemplo, pela crônica do absurdo protagonizada pelo legislativo na última quarta-feira, quando aprovou por conta própria o reajuste de 10,67%. A medida é ilegal e demagógica, afinal não são os vereadores que propõem o reajuste. Será que é demais, pra mim, como cidadão, esperar que a Câmara faça o seu trabalho e lute pra resolver o problema de arrecadação que vive o município, como demandam suas atribuições, em vez de fazer essas barbeiragens pra subir no conceito da população em ano eleitoral? Aí eles estão lá, todos pomposos com microfone na mão. Produtividade, 0. Falação, 10.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste momento, seria fundamental uma autocrítica de executivo, legislativo e sindicato quanto ao plano de carreira, que ninguém – e eu vou repetir pra ficar bem claro: ninguém – se coçou pra fazer, por razões muito claras: produzir plano de carreira é coisa pro futuro e que mexe com privilégios imediatos. Já pensou acabar com as gratificações, hoje o maior recurso de costura de alianças no interior da administração? Ninguém quer isso. Demanda tempo, planejamento e traz custos altíssimos de capital político.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nenhum destes apontamentos, evidentemente, tem o objetivo de desqualificar a greve. Muito pelo contrário. A greve é legítima e vai continuar sendo até que a justiça diga o contrário – o que não deve acontecer. O que eu quero mostrar aqui é que o buraco é muito mais embaixo e que as soluções imediatistas interessam muito mais às velhas e desgastadas lideranças do que ao município. Aliás, não é chamando a prefeita de “megera” e quem discorda da greve de “louca”, mandando “trabalhar pra parar de encher o saco”, que os interesses da categoria serão garantidos. Neste momento, a greve serve de palanque pro que tem de pior na política local. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lamentavelmente, o que mais vai aparecer por aqui este ano são os mágicos da ação, que dizem exatamente o que fazer, mas esquecem, por acaso, de dizer como. Eu costumo chamá-los de políticos da somatória – aqueles que só mandam aumentar os gastos da máquina pública, sem dizer de onde tirar. Em 2012 foi assim e em 2016 vai ser pior.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas que outra opção têm os funcionários? Essa pergunta precisa ser feita, inclusive por aqueles que se opõem à paralisação. Até porque a greve vai passar e o vácuo vai permanecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E no meio desse fogo cruzado quem fica? Ora, o servidor municipal e quem depende do seu trabalho. Eu não sei se alguém tem uma luz aí, mas, como diria Milton Leite, que neste momento parece o narrador oficial da política itarareense: que fase.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Abraços, </div>
<div style="text-align: justify;">
Murilo </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-39565408485971687982015-12-03T14:00:00.000-02:002015-12-03T18:07:02.554-02:00A epopeia de um tri<div style="text-align: right;">
por <b>MURILO CLETO</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Tf4by9z0Ty11mI2e3-UxCYTVXs_NAsogbZzIx3S7wS9JVaXZVaSGvHO9Tyz3aoseIoaB61Ml0tyyxFK1WukT8pBNnPOo_8PT6t8L_pskeRRS6Vv_vsoP_qrvzwn4ptVvHX0ZaGcAYpA/s1600/AP_637538974414-1260x710.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Tf4by9z0Ty11mI2e3-UxCYTVXs_NAsogbZzIx3S7wS9JVaXZVaSGvHO9Tyz3aoseIoaB61Ml0tyyxFK1WukT8pBNnPOo_8PT6t8L_pskeRRS6Vv_vsoP_qrvzwn4ptVvHX0ZaGcAYpA/s400/AP_637538974414-1260x710.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Agência Pública</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O relógio marcava 4 da tarde quando olhei pro céu e vi que o tempo ia fechar. Finais me deixam muito nervoso e, até aquela hora, eu ainda não havia decidido onde ver o jogo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como reza a cartilha, botei a mochila nas costas, peguei a bicicleta e parti em direção à faculdade mesmo assim, contando com mais uma chuva de verão, daquelas que estouram durante as aulas e depois somem como se nada tivesse acontecido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu plano era perfeito. Chegaria como quem não quer nada na turma da segunda aula perguntando se eles topavam começar a prova um pouquinho antes. Assim, quem sabe, eu poderia não perder tanto do primeiro tempo no Allianz Parque. A meu favor, ainda contou um barulho ensurdecedor que vinha do auditório e que provocou uma mudança de sala. Acabamos com outra turma do curso, que já faria a sua prova ali com outro professor. Se batesse o desespero, pensei, era só sair correndo sem a consciência pesada de que eles não teriam pra quem entregar o papel.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seria um plano perfeito se eu não tivesse que buscar alguns alunos perdidos pelos corredores e que, pra meu desespero, ainda não sabiam da mudança. Seria, também, se antes, no meio do caminho, eu não tivesse notado que esqueci as avaliações em casa. A maior subida de todas tinha acabado de ser superada. Mas não voltar não era exatamente uma opção naquele momento. Eu, que não sou muito de suar, já cheguei ensopado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Horas antes, gravei, pela primeira vez, minha versão do hino do Palmeiras na guitarra. Nem lembrava mais como era, mas achei que era o momento oportuno. Era preciso transbordar aquele misto de sentimentos, com paixão, euforia, ansiedade e sei lá mais o quê nessa panela. Na primeira tentativa, estourou a corda ré. Tudo bem, tenho várias aqui, me confortei. Mas não achei nenhuma equivalente, então tive que tirar de outro instrumento. Só depois que o fiz percebi que tinha visto errado e tava achando até então que se tratava da lá. Tudo bem, era só trocar direito agora. Troquei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E toquei, depois de ter vestido a camisa da sorte que mandamos fazer na loja da Malu pra jogar contra rivais nos gramados sintéticos da cidade. Considero-a desta forma porque, pelo menos aqui, era um massacre atrás do outro a nosso favor. Nunca responsabilidade minha, diga-se. O que vocês não sabem é que eu havia errado imperdoavelmente de cálculo e precisei encontrá-la no cesto de roupas sujas. A Renata ainda não sabe, mas passei assim mesmo pra vestir. O preço de um sovaco cheiroso, ou seja, um caminhão de energias ruins pra São Paulo, era alto demais pra quem teria João Pedro aquela noite na lateral direita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar dos imprevistos, tudo correu conforme o combinado. Caiu o mundo durante a primeira prova. E logo depois parou. Esqueci de combinar direito com São Pedro e a chuva voltou. Depois de acomodar todo mundo na nova sala, inclusive os perdidos, voltou a chover torrencialmente. Àquela altura, mesmo a gentil oferta do professor são-paulino Luis Fernando, de atendê-los pra mim, era inócua. Com o texto da semana atrasado pra revista, tive que levar o computador na mochila. E sair daquele jeito era suicídio. Pelo menos pra máquina.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda era cedo quando acabei de recolher todas as avaliações. Fui conferir o tempo de novo, como se o barulho no teto de eternit não bastasse. Resolvi ir pra sala dos professores acompanhar o primeiro tempo, que já tinha começado, pelo Twitter e pelo lance a lance do Globo Esporte. Sinceramente, acompanhar uma final pelo lance a lance é algo que não desejo pra mais baixa das minhas inimigas. Além da demora nas atualizações, eles consideram um lance, por exemplo, a troca de shorts do Zé Roberto. Tempo perdido em vídeo que poderia ser destinado à rede social que é bem mais dinâmica. Lá, um arrombado resolveu compartilhar um tuíte do Milton Neves que dizia “Gol do Palmeiras!”. Demorei uma eterna fração de segundo pra perceber que era de abril.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não tinha jeito, eu precisava ir embora. Põe num plastiquinho aí, tinha sugerido o Luis Fernando pro notebook não molhar. O único que tinha era o das provas. E ele serviu até a metade, não sem rasgar. Como um fugitivo de Prison Break, corri em direção ao bicicletário e, depois da mais longa abertura de cadeado da história da humanidade, pedalei como se não houvesse amanhã em direção à Vila Osório. Não moro mais lá, mas é mais perto e eu poderia, pelo menos, esperar um pouco até a chuva diminuir assistindo ao jogo, enfim, numa TV.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo apagado. Minha mãe dorme cedo. Como não pensei nisso antes? Tudo bem, é caminho pra casa. A essa altura, meu grau e meio de miopia já nem faziam mais diferença. Nem quando achei que esses quebra-molas na rua fossem, sei lá, sapos. Era melhor guardar os óculos na bolsa do que ficar com aquela visão agoniante de para-brisa sem limpador. Depois de comemorar a travessia sem queda por um pequeno trecho no paralelepípedo, no cruzamento entre as ruas Itararé e São Pedro, um carro me lavou após passar por uma poça d’água. Senti o encharque particularmente no mamilo esquerdo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ofegante, cheguei em casa ainda meio atordoado. Antes de guardar a bicicleta, liguei a TV. Foi só então que me lembrei do problema no controle do receptor. Uma espécie de retardo o tem acometido há algumas semanas, mas nunca tinha precisado ligá-lo com urgência mesmo. Nova tortura. Aperto os botões e ele não obedece. Ou obedece, mas não sinaliza, e acabo apertando mais botões. Foi parar num canal de celebridades, ou algo assim, nem lembro mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ensopado, ainda em pé e com a bicicleta na sala, finalmente chego ao SporTV. O primeiro tempo tinha acabado de terminar. Não preciso nem contar que, durante o intervalo, a chuva deu uma trégua.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas quem se importa? Ao final da cobrança de pênaltis, disparei no corredor de casa, sozinho, exatamente como há 17 anos, quando Oséas acertou aquela bola inexplicável no gol do Cruzeiro dando a Copa do Brasil pela primeira vez ao campeão do século XX. Escrevo agora do mesmo computador que sobreviveu pra contar essa história. Ao fundo, toca a trilha sonora registrada com a mesma camisa fedorenta que, dessa vez, penso seriamente em nunca mais lavar. As provas dos alunos eu já sequei. Só espero que Anna Beatriz, minha editora na revista, entenda o atraso do texto da semana. Se não entender, tudo bem. Não é todo dia que se podem vencer tantas batalhas duma só vez.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-75330004734354540722015-12-01T06:00:00.000-02:002015-12-01T11:18:37.581-02:00Uma geração de idiotas<div style="text-align: right;">
por <b>MURILO CLETO</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BIifRVnxLqUUvjzOSRORZjewo8RziIVOHlrxjsYuUABh6vJdAvGxy4RkQiDKZ_MODpEA7rgLyHiyUzch3pTLCTF6xmo8hbfZHIZathSWN_2CxI1QTix3k1RkY3fvrCCc_5QEfWXXiCk/s1600/danilo-gentili-apresentador-do-agora-e-tarde-da-band-1379099587774_1920x1080.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BIifRVnxLqUUvjzOSRORZjewo8RziIVOHlrxjsYuUABh6vJdAvGxy4RkQiDKZ_MODpEA7rgLyHiyUzch3pTLCTF6xmo8hbfZHIZathSWN_2CxI1QTix3k1RkY3fvrCCc_5QEfWXXiCk/s400/danilo-gentili-apresentador-do-agora-e-tarde-da-band-1379099587774_1920x1080.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: <a href="http://www.walterbatista.com.br/2014/09/melhor-impossivel-danilo-gentili-vem-ai.html">http://www.walterbatista.com.br/2014/09/melhor-impossivel-danilo-gentili-vem-ai.html</a></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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<br /></div>
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Que as redes sociais gestaram a maior – ou pelo menos mais organizada – geração de idiotas de todos os tempos todo mundo sabe. O que se ignora, tragicamente, são as condições desta gestação. Na América, não só a do Sul, pois há muitos republicanos que também pensam assim, é crescente a sensação de que a esquerda está no poder e acabou por cooptar instituições vinculadas à produção e à difusão de saberes.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso ajuda a explicar tanto a paranoia, amplamente reproduzida por grupos de oposição no Brasil, como Movimento Brasil Livre, Revoltados On Line e similares, de que os maiores jornais do país são porta-vozes do governo petista, quanto a de que o marxismo dominou as universidades.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E há muita coisa de nociva nisso, sobretudo no que diz respeito à circulação destes novos saberes propostos por um pensamento que se vende como crítico, como contra o senso comum, mas que significa, na verdade, apenas uma reprodução barata de velhos clichês do pensamento conservador.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Engana-se quem pensa que a maior oposição à esquerda está na sua política econômica. Quer dizer, até pode ser. Mas não em tempos de redes sociais. Hoje, a maior ocupação da direita neocon é no que diz respeito a valores. E não é de se estranhar que partidos historicamente vinculados ao liberalismo na moralidade e na economia, como o PSDB, tenham se alinhado ao que existe de pior no cenário contemporâneo. Porque é discurso fácil, reproduz como metástase e permite identificação mais clara com o eleitorado avesso ao “desvirtuamento de valores” promovido pela “esquerda”.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Esquerda”, entre aspas, porque ela tem sido muito mais uma imagem do que uma realidade empírica no século XXI.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Veja, onde está concentrado hoje o “pensamento crítico” desta direita aqui? Em temas fundamentalmente morais. E aonde quer chegar esse pensamento que, insisto, se vende como crítico? Onde ele estava antes de a “esquerda” chegar ao poder. Então ele é contra a descriminalização do aborto porque é “a favor da vida” – olha que bonzinho. Ele é contra as cotas porque é “a favor da igualdade perante a lei” – cita até Morgan Freeman pra falar em “consciência humana” daí. Ele defende a legitimidade da violência simbólica porque é “a favor da liberdade de expressão” – e, se precisar, sabe de cor até a 1ª emenda da constituição norte-americana.</div>
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<br /></div>
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E o que o idiota faz? Sai virando estrela se achando gênio.</div>
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<br /></div>
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Há algo de crítico nisso? Claro que não, rigorosamente nada. Mas vende que é uma beleza. Só não digam que eu não avisei.</div>
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<br /></div>
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Abraços, </div>
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Murilo</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Texto originalmente publicado no <a href="https://www.facebook.com/murilopcleto/posts/414068545458038" target="_blank">Facebook</a> do autor)</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-60696984591554265642015-11-30T06:00:00.000-02:002015-11-30T12:00:52.308-02:00Tiro de Guerra desativado em Itararé já não é mais tão indispensável<div style="text-align: right;">
por <b>MURILO CLETO</b></div>
<div style="text-align: right;">
<b><br /></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIgg_0xV6oTGgyg5g-2lLgQ0MJVaHw5QYnkd1R0esPOIhHkgYEkLc5JYQ2eQbJZBJueql-VLQGKHuo4WlpGDoPF6zm8SmHcC-NJmhtkFlrFA5cJTWxwxUZMfLIxUMx4TudfqA2a5SscGA/s1600/DSC_0540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIgg_0xV6oTGgyg5g-2lLgQ0MJVaHw5QYnkd1R0esPOIhHkgYEkLc5JYQ2eQbJZBJueql-VLQGKHuo4WlpGDoPF6zm8SmHcC-NJmhtkFlrFA5cJTWxwxUZMfLIxUMx4TudfqA2a5SscGA/s400/DSC_0540.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Prefeitura de Itararé</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
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Há poucos dias a prefeitura de Itararé anunciou a suspensão das atividades do Tiro de Guerra, responsável aqui pela manutenção do serviço militar obrigatório no município. Suspensão porque, segundo a administração, é possível que o serviço retorne após o exercício de 2016. Na verdade a medida soa emergencial, considerando a péssima situação orçamentária pro ano que vem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De acordo com informações da Secretaria de Finanças, os custos da instituição giravam entre 30 e 40 mil reais por ano. Não é nada assombroso, mas é preciso avaliar que o papel dela pro município já não é mais exatamente o mesmo que de outras épocas. E não convém aqui, nesta oportunidade, discutir a legitimidade de uma educação militarizada pra jovens sem expectativa alguma de seguir carreira no exército.</div>
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<br /></div>
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Enquanto alguns insistem que a medida integra um plano comunista de desarticulação do exército para implantação da ditadura bolivariana (sim, Itararé também é Brasil), muita gente lamentou a decisão considerando a importância da instituição para a educação dos adolescentes no município. Alega-se, não sem grau algum de razão, que encontra-se no exército uma oportunidade única de instrução disciplinar numa juventude por vezes desorientada e sem muitas perspectivas pro futuro.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesta percepção sobre o papel do exército há, claro, uma dosagem de saudosismo. E, como todo saudosismo, carregado por uma leitura um tanto idealizada do passado. Em sua maioria, hoje quem lamenta a suspensão das atividades do TG em Itararé tem entre 40 e 50 anos. No período que corresponde à sua idade de serviço, é importante considerar que, além do exército, não havia mais opção alguma de integração educacional e disciplinar, quando o abandono dos estudos no Ensino Médio (ontem colegial) era a regra, e não a exceção.</div>
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<br /></div>
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Hoje o município de Itararé conta com entidades como a Guarda Mirim, que também reproduz parte desta lógica disciplinar de ensino, além de um Ensino Médio ampliado e programas exclusivamente voltados a jovens em situação de vulnerabilidade. Se, de alguma forma, estas opções não estão à altura da importância que a atenção sobre a idade exige, está na hora de participar mais ativamente da organização das ações educativas no município. </div>
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<div style="text-align: justify;">
Não tem segredo.</div>
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<br /></div>
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Mas, mais uma vez é preciso destacar: até agora a prefeitura não se manifestou oficial e abertamente a respeito do assunto. Foi através do jornal <i>O Guarani</i> que a notícia passou a circular. Nenhuma nota em imprensa e site oficiais, nem nas redes sociais geridas pela administração. Ninguém pra dizer claramente o que o município pode oferecer pra jovens na faixa etária correspondente. Aí fica muito difícil.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Abraços, </div>
<div style="text-align: justify;">
Murilo</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-64391473728734376362015-11-25T06:00:00.000-02:002015-11-25T10:34:02.436-02:00Amadou Hampâté Bâ: uma sabedoria ancestral<div style="text-align: right;">
por <b>LUISA DE QUADROS COQUEMALA</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD4lZe1N8cjKiVoG3VKYw6zVaAMk-MSAb_1epwkwhqd8HSZk9nGw2jR9BW1FpOxRiWSdqFPGo9MNfGlir69uRG2DsonNTQwGHEZxnnkauXKyhM2tBkfjH9gGMNOfdiJuvvu9tXb-lHDJU/s1600/ba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiD4lZe1N8cjKiVoG3VKYw6zVaAMk-MSAb_1epwkwhqd8HSZk9nGw2jR9BW1FpOxRiWSdqFPGo9MNfGlir69uRG2DsonNTQwGHEZxnnkauXKyhM2tBkfjH9gGMNOfdiJuvvu9tXb-lHDJU/s1600/ba.jpg" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Meu avô explicou mais tarde que, se Tidjani tivesse permanecido naquele dia à sombra da grande acácia, e se a oração de ASR (momento da tarde quando o sol anuncia seu declínio) ali houvesse surpreendido, jamais teria se tornado chefe, nem fundado seu reino neste local. Certamente, esta não é uma lógica muito cartesiana. Mas para nossos anciãos, sobretudo para os “homens de conhecimento” (silatigui para os fulas, doma para os bambaras), a lógica apoiava-se em outra visão de mundo, em que o homem se ligava de maneira sutil e viva a tudo que o cercava. Para eles, a configuração das coisas em determinados momentos-chave da existência possuía um significado preciso, que sabiam decifrar. “Esteja à escuta”, dizia-se na velha África, “tudo fala, tudo é palavra, tudo nos procura comunicar um conhecimento...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Amadou Hampâté Bâ apareceu em minha lista de autores a serem lidos por acaso, em pesquisas aleatórias. Seu livro, <i>Amkoulelel, o menino fula</i>, consequentemente, veio parar no meu colo de paraquedas e acabou se tornando uma agradável surpresa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O livro consiste, basicamente, no autor contando sua história até a fase em que começa a se tornar um adulto, conseguindo seu primeiro trabalho. Hampâté Bâ, contudo, não começa contando sua história a partir de si. No início do livro, o autor conta sobre sua linhagem familiar de uma maneira muito elucidativa, explicando fatos não apenas de sua família, mas também aqueles que envolveram a história da região em que nasceu – atualmente, o Mali. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O autor tem suas primeiras lembranças, desconexas e breves, apenas na página cinquenta e cinco, enquanto começa a ter uma consciência maior do mundo apenas na página cento e vinte. Pode soar chato ou arrastado pensar em um livro onde a personagem principal entra tão demoradamente. Contudo, esta não é a intenção de Hampâté. Em sua narrativa, ele quer justamente mostrar um tipo de tradição que está se perdendo, e é por isso que escreve sua história como se estivesse narrando oralmente – como era costume em sua juventude. Seu livro pode parecer difícil, quase denso demais, porque não tem justamente a pressa do mundo de hoje, tudo se desenrola detalhadamente, com uma calma e paciência que raramente se testemunham em nosso mundo turbulento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E esses fatores tornam o livro do malinês extremamente rico – não apenas porque serve-se dos mínimos detalhes, mas também porque, para tanto, mostra os costumes através de explicações históricas e culturais muito ricas. E as explicações englobam costumes à mesa, guerras civis, religião, educação, circuncisão, obediência aos pais e por aí vai. De forma que, muito mais do que uma simples autobiografia, Bâ faz com que mergulhemos num determinado tempo e época que parece tão distante e tão ricamente diferente do qual temos hoje. Ler seu livro ao mesmo tempo em que se vive num mundo globalizado, com uma cultura cada vez mais comercial, dá um aperto, um medo do que pode vir pela frente – e, além disso, uma necessidade de parar no meio de toda essa correria e respirar demoradamente, contando até dez e ter paciência, olhar ao redor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com uma técnica puramente mnemônica, Hampâté realiza uma narrativa única, diferente daquilo que se lê normalmente. Há, no livro, uma mistura de antropológico, social, histórico e, ainda, literário. Inclusive, às vezes, lendo o livro, esquecia que era de fato o relato sobre uma vida real e mergulhava no livro como se fosse um belo romance – provavelmente pela maneira como é contado (sem esquecer o fatos de que é um cotidiano diferente, longínquo e quase inimaginável quando comparado ao mundo de hoje). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E em tempos como os nossos também é importante notar os relatos de Bâ sobre a educação islâmica que teve ao longo de sua infância – até entrar na “escola dos brancos”, onde esse tipo de educação não acontecia. A imagem que se passa do islã é a de um lado humano que a religião trás – apesar de toda demonização que vem sofrendo hoje, não deixa de ser uma religião como qualquer outra, com elementos bons, ruins e, claro, passíveis de distorção. E depois da chocante notícia (não tão divulgada, claro), de um <a href="http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/11/ataque-terrorista-com-metralhadora-e-granada-no-mali-deixa-30-mortos.html" target="_blank">ataque terrorista no Mali</a> no último dia vinte e um, <i>Amkoullel, o menino fula</i>, mostra-se um livro importante não apenas para que se veja o outro lado de uma religião que tem 1,5 bilhões de fiéis, mas também para que não esqueçamos da importância cultural que tem um país como o Mali. O terrorismo não vai em direção apenas a países como a França, mas também a outros cuja maioria é muçulmana (no Mali, eles representam 90% da população). A diferença estaria, a meu ver, na quantidade de atenção que se dispende para determinados lugares do planeta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A edição brasileira cuja edição eu li, da <i>Palas Atena</i>, é de ótima qualidade, com bom papel e belas fotos no fim do livro. Vale a pena procurar uma edição pela internet não apenas pela boa qualidade da edição e do texto em si, mas também pela mensagem que o livro nos deixa: devemos olhar mais para o próximo, prestar atenção em outras culturas – que também merecem ter a atenção dos olhos do mundo. E, claro, andar devagar, sabiamente, diante de um mundo tão conturbado.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<b>Ficha Técnica</b></div>
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<br /></div>
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TÍTULO: Amkoullel, o menino fula</div>
<div style="text-align: justify;">
AUTOR: Amadou Hampâté Bâ</div>
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NACIOLIDADE: Malinês</div>
<div style="text-align: justify;">
EDIÇÃO: Palas Atena (2003)</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-30539509739807007782015-11-23T06:00:00.000-02:002015-11-24T12:24:34.070-02:00Não tem defesa<div style="text-align: right;">
por <b>MURILO CLETO</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: right;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBDbZlH9GGxY6_c8KM8tXqg8XQlYHFMX3YCC47DeOJcwMnOkGRLjto2cs9_3CQt5BjW-3WcLzrch9yFPUNL3diTZlqXcKXSosy6gQ5UEWol958dR4xierqJ6oxUKcCywldmBmJJjSz70s/s1600/6134432987_24336d87ca_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBDbZlH9GGxY6_c8KM8tXqg8XQlYHFMX3YCC47DeOJcwMnOkGRLjto2cs9_3CQt5BjW-3WcLzrch9yFPUNL3diTZlqXcKXSosy6gQ5UEWol958dR4xierqJ6oxUKcCywldmBmJJjSz70s/s400/6134432987_24336d87ca_b.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Foto: Wagner https://www.flickr.com/photos/wagnerphn/6134432987</span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
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No ano passado, a prefeitura de Itararé interrompeu uma sequência histórica de adiantamento da primeira parcela do 13º salário aos funcionários municipais. A medida gerou reações desproporcionais, considerando que não havia nada que obrigasse o executivo a realizar os pagamentos no mês de junho, como vinha acontecendo. Isso talvez se explique pelo fato de que boa parte do barulho foi realizado por quem sequer era funcionário, mas queria tumultuar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em meio a tanta histeria, a verdadeira e legítima reclamação dos trabalhadores acabou passando despercebida: tudo bem não adiantar, mas não dá pra avisar assim, tão em cima da hora. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Com a chegada de 2015, todo mundo já era capaz de prever que o adiantamento não viria. Mas, mais uma vez, o aviso veio em cima da hora em junho, acompanhado da promessa de que a primeira parcela do 13º seria paga em 20 de novembro. A promessa não apenas não foi cumprida como também desfeita em comunicado emitido no dia 19, só um dia antes. Não tem desculpa. Não dessa vez.<br />
<br />
Além disso, situação dos estagiários é similar a de funcionários todos os meses. Tão recorrente que os atrasos já não são mais nem novidade. É bem verdade que se, por um lado, o estágio não é vínculo empregatício, a remuneração é necessária inclusive, e muitas vezes, pra garantia da manutenção dos seus estudos. E o impacto dos atrasos é grave demais com as altas taxas de juros na atualidade. Mas, mais do que isso, o mesmo problema além do atraso: a comunicação, sempre urgente e improvisada.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todo mundo sabe que a situação da prefeitura é calamitosa. Se não está nada bom pra governos federal e estaduais, pros municípios é ainda muito pior. Mas a crise também poderia ser uma oportunidade de articulação com população e quadro de funcionários, em grande medida porque já ficou bastante claro que a solução não vai vir de gabinetes fechados. Até aqui não veio. O orçamento participativo, grande promessa de campanha, é qualquer coisa menos uma realidade próxima. E ninguém sabe o porquê.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É natural que, depois de 2 anos insanos de mentiras e a atuação vergonhosa de uma oposição que nunca foi a Cristina mas a Itararé, o governo municipal evite o desgaste de um capital político que hoje sequer existe e faça anúncios negativos como este em cima da hora, acreditando talvez que o problema seja solucionado e a arrecadação aumente como por milagre pouco antes dos pagamentos. Mas agora o quadro está sério demais pra que o descaso continue persistindo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Descaso que, verdade seja dita, não é exclusividade dos funcionários de carreira, como muitos, sem saber, alegam. Há meses os comissionados têm recebido com atraso, frequentemente sem qualquer aviso. A ideia feita de que comissionados não são produtivos, comum no imaginário médio brasileiro, desconsidera que muitos abandonaram outras atividades pra assumir a gestão provisoriamente e precisam, portanto, tanto dos pagamentos quanto, pelo menos, da sensibilidade do gabinete.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há muitos motivos pelos quais tantos boatos pululam acerca da gestão municipal em Itararé. Mas um deles, sem dúvida alguma, é a sua própria insistência em confirmá-los da pior forma possível: sempre em cima da hora, no improviso e sem qualquer capacidade comunicativa. Assim fica muito difícil frear outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um desdobramento inequívoco disso é que as trapalhadas da administração têm servido de palanque pra charlatões de toda ordem. A maioria não tem ideia do funcionamento da máquina pública e diz apenas pra pagar. Não diz como nem por onde. O próprio legislativo, por onde passam as questões envolvendo arrecadação, majoritariamente ainda não aceitou a diplomação da prefeita em 2012 e segue firme em campanha pra 2016. E o fato de a gestão não ser capaz de reagir à altura deveria servir como ponto de inflexão. Até aqui não serviu. E não há mais quem acredite que algum dia vá servir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Abraços, </div>
<div style="text-align: justify;">
Murilo</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-21576696867520494442015-11-09T06:00:00.000-02:002015-11-09T06:00:14.014-02:00Quem tem medo de Emma Bovary?<div style="text-align: right;">
por <b>LUISA DE QUADROS COQUEMALA</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb1GSsa2kDJIOJKVrTG26NOB7eoGNDpXJCWvFKGReEljlhz3fedtm-DDKy9DF-49ZieeWwV7Vumz6nF2tKWh1O-HimPvnDOFBqM5_SS2VhIzTEwV7VjVXbqvXpScwSECp8BQVVp0mQ6lM/s1600/Bovary.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb1GSsa2kDJIOJKVrTG26NOB7eoGNDpXJCWvFKGReEljlhz3fedtm-DDKy9DF-49ZieeWwV7Vumz6nF2tKWh1O-HimPvnDOFBqM5_SS2VhIzTEwV7VjVXbqvXpScwSECp8BQVVp0mQ6lM/s1600/Bovary.JPG" /></a></div>
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Há alguns dias, relendo o sublime livro de Flaubert, <i>Madame Bovary</i>, deparei-me com um trecho já anteriormente grifado. Ei-lo: </div>
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<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
“Seus hábitos amorosos fizeram com que a Sra. Bovary mudasse logo suas maneiras. Seus olhares tornaram-se mais ousados, seu falar mais livre; cometeu mesmo a inconveniência de passear com o Sr. Rodolphe com um cigarro na boca, <i>como se quisesse escarnecer do mundo</i>; enfim, os que ainda não duvidavam não duvidaram mais quando a viram, um dia, descer da Hirondelle com o corpo apertado num colete, à moda masculina; e a sra. Bovary mãe, que após uma assustadora cena com o marido, viera refugiar-se na casa do filho, não foi a burguesa menos escandalizada. Muitas outras coisas lhe desagradaram: em primeiro lugar, Charles não seguira seus conselhos quanto à interdição dos romances; em seguida, o estilo da casa desagradava-lhe; permitiu-se fazer observações e houve atrito, sobretudo uma vez, a propósito de Félicité.”</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
À luz de um mês tão conturbado para as mulheres brasileiras como foi o mês de outubro, encaro este trecho. Nele, o livro já percorreu a história de Emma Bovary e de suas desilusões. A protagonista está envolvida, então, em seu primeiro caso, com Rodolphe.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo, quando passo meus olhos novamente por essa beleza de texto, noto que Emma não incomoda no romance e não incomodou fora do romance apenas porque era adúltera (Flaubert, ao escrever o livro, foi julgado por atentado à moral e à religião). Se o problema se resumisse a isso, é possível que Emma encontrasse uma saída que não o seu fim trágico.</div>
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<br /></div>
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O que incomodou e incomoda em Emma Bovary é seu lado, digamos, quixotesco. A personagem não trai pelo simples desejo de trair, mas sim porque compara sua realidade com outras (livrescas, mas que não deixam de ser imagináveis). Em suma: na sua essência, ela questiona a realidade em que está imersa. Vai contra o que as burguesas e burgueses da época viam com bons olhos. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que incomoda em Emma Bovary não é apenas o fato de ela ter se cansado de seu marido e, então, traí-lo. Não. O que incomoda em Emma Bovary é que, como diz o narrador, ao se portar como se porta, é “como se ela quisesse escarnecer do mundo”. Eis sua maneira de confrontar uma realidade a qual, no fundo, não se adequa. Porque Emma não apenas trai o marido, Emma passa com um cigarro na boca, Emma usa colete à moda masculina, Emma enfrenta e contraria a mãe de seu marido. Emma não se cala, Emma não se reprime, Emma não se contenta em ser parte passiva de uma sociedade que é naturalmente opressora, que entra em pane quando uma mulher ameaça abalar barreiras tão duramente estabelecidas.</div>
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<br /></div>
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Como já disse, pauto-me no hoje, no meu presente (e aí estaria o porquê de Madame Bovary ser um clássico: até hoje encontramos questionamentos neste maravilhoso livro, até hoje ele dialoga conosco). Não acredito que Flaubert tinha intenção de representar uma figura feminina imersa em alguma espécie de luta social engajada. Contudo, Emma, que permanece em seu mundinho de província, escandalizou uma sociedade que não estava acostumada a ver mulheres que “saem das rédeas”. Neste pequeno trecho, encontro uma chama incandescente dentro da personagem, algo notável e sublime à sua maneira. </div>
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<br /></div>
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E apesar dos rumos que a história toma, poderíamos dizer que Emma, assim como Dom Quixote, teve momentos em sua vida que foram verdadeiras apoteoses de felicidade – pequenos momentos que podem ter sido tão intensos como várias “mães de Charles” nunca tiveram. E depois de ter provado esse tipo de sentimento, Emma, de alguma maneira, solta suas amarras, torna-se um pouco mais livre. Não é à toa que, em um dado momento da narrativa, Rodolphe exclama: “Será possível pedir a tal tipo de mulher que se conforme?”</div>
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<br /></div>
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Emma Bovary não se conforma. Por isso, assustou a sociedade no século XIX e assustaria muito conservadores de hoje - assim como Simone de Beauvoir impressionou muitas pessoas de sua época e ainda as impressiona hoje (vide a enorme repercussão em que ela foi envolvida por ter caído na prova do ENEM). </div>
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<br /></div>
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O fato é que ambas as figuras não alarmam porque estão erradas, não amedrontaram porque são loucas. Assustam porque, em algum momento, tomaram as rédeas de seu próprio ser e foram atrás do que queriam (mesmo sendo mulheres). É isso que assusta nossos compatriotas machistas de hoje. Mas, infelizmente, para eles, nós chegamos cada vez com mais firmeza, nós estamos cada vez maiores e mais unidas. Desde o século XIX, estamos cada vez mais dispostas a fumar o que quisermos, vestir o que quisermos. Leremos, contestaremos e, claro, seremos donas de nós mesmas. Naturalmente, os opressores entram em crise, tomam uma posição de defesa. (E aí entram as apelações, acusações e distorção de um discurso que pensam que conhecem.)</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Madame Bovary</i> é lido assiduamente até hoje porque é, no mínimo, instigante. Simone de Beauvoir é reconhecida no mundo todo e cai no ENEM, por exemplo, porque grande expoente de uma voz que as mulheres vêm criando. Está dado o recado: nós vamos lutar por nossos direitos e por nossa liberdade. Nós conhecemos nossa verdadeira força interior e nós não iremos embora. Acostumem-se. Ou, então, terão que nos engolir.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-15571573523829471342015-10-28T06:00:00.000-02:002015-10-28T09:14:30.765-02:00Vamos falar de Direitos Humanos?<div class="qQVYZb" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">
</div>
<div class="utdU2e" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">
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<div class="tx78Ic" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">
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<div class="aHl" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; margin-left: -38px;">
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<div id=":o7" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;" tabindex="-1">
</div>
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por <b>SANDRO CHAVES ROSSI</b></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggPvbINY_C3srvnQuBQLHK22DkZUqss4clvCyRXoqPG4AGsIhJMGO3IXN0jgauRNIyWvZDXr_YGpRIsKdyywtQpiCh3Mol14JB3yB_g3CjgtWLAhsC854NsRFrC29uhZS8iOS0HKJxlhc/s1600/direitos.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggPvbINY_C3srvnQuBQLHK22DkZUqss4clvCyRXoqPG4AGsIhJMGO3IXN0jgauRNIyWvZDXr_YGpRIsKdyywtQpiCh3Mol14JB3yB_g3CjgtWLAhsC854NsRFrC29uhZS8iOS0HKJxlhc/s1600/direitos.png" /></a></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
“(...) o contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite. E, aos defensores dos direitos humanos, que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido”</blockquote>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa fala é de Rachel Sheherazade, âncora do Jornal do SBT, ao tentar justificar a ação de um grupo de homens contra um menor que tentou assaltá-los. No ocorrido, os homens lincharam o menor de idade e o amarraram junto a um poste. Essa fato teve muita repercussão pelo país, o que se intensificou pelo comentário polêmico de Sheherazade. Dentre opiniões favoráveis e contrárias à jornalista, algo ficou mal explicado: o que são Direitos Humanos?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Boa parte dos setores mais conservadores da sociedade pregam que os direitos humanos só defendem bandidos ou que é coisa de "comunista" que está contra o "cidadão de bem". Há equívocos muito grandes proferidos por essas pessoas que, por ignorância ou mau-caratismo, acabam convencendo boa parte da população a ter essa noção errada sobre Direitos Humanos. Portanto, é bom ressaltar e relembrar algumas coisas para que esses equívocos não se repitam.</div>
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<br /></div>
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Os antecedentes históricos dos Direitos Humanos são intrínsecos ao Iluminismo europeu, movimento cultural e filosófico que aconteceu nos séculos XVII e XVIII. Nesta época, Jean Jacques Rousseau realizou estudos em sociedades primitivas e nelas redescobriu valores perdidos pela civilização ocidental, tais como liberdade, igualdade e fraternidade (<i>Liberté, Egalité, Fraternité</i>). Os ideais iluministas foram muito bem vistos na época, pois tratavam o Homem como o centro das preocupações e não mais o império do fanatismo e da fé religiosa, conceitos que eram dominantes no período medieval, mas sim o da razão e o da Ciência. É neste contexto que nascem os direitos humanos.</div>
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<br /></div>
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Ao contrário do que muitos dizem, os Direitos Humanos não são coisa de comunista. Os direitos humanos são uma referência mínima para garantia de um conceito bem ocidental de dignidade e nasceram no seio do liberalismo. A própria Declaração Universal das Nações Unidas, de 1948, sofreu resistência do bloco soviético na época por conta da presença da propriedade privada como direito humano e a ineficácia de diminuir as diferenças sócio-econômicas da população. Hoje, boa parte dos movimentos de esquerda adere à bandeira dos Direitos Humanos, mas isso não quer dizer que seja uma bandeira única da esquerda. Se você não vê quase ninguém da direita defendendo os Direitos Humanos, o problema não são os Direitos humanos e sim a direita.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os Direitos Humanos não defendem só o bandido, como algumas pessoas gostam de dizer. Aliás, é bom ressaltar bem o que acontece nesse cenário. Direitos humanos são um conjunto de garantias fundamentais à disposição de todos os seres humanos. São uma maneira de assegurar a qualquer pessoa um razoável equilíbrio entre a impotência do cidadão diante da força do Estado, através dos seus agentes públicos, notadamente diante daqueles que utilizam armas e são imbuídos da repressão penal, mais propensos à exacerbação e extrapolação de suas finalidades. O poder do Estado, com todo o seu aparato, tende a invadir e subjugar o cidadão afetando-o e oprimindo-o em sua dignidade como pessoa humana.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O indivíduo, quando é preso como acusado de algum crime, não perde a condição de pessoa humana. Desta forma, deve ser submetido a um julgamento dentro das normas processuais, assegurando-lhe o direito de não ser submetido a tratamento desumano e cruel, como a prática de tortura para obtenção de confissão ou assumir autoria de crime que não cometeu. Caso não houvesse o mínimo de garantias, o poder do Estado seria ilimitado, fazendo-nos retroceder ao estágio de barbárie. Defender os direitos humanos não é defender um indivíduo isoladamente, é defender toda a sociedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um bom exemplo que temos no Brasil sobre essa questão é com a atuação do Deputado Estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL). Freixo é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e ele sempre faz questão de expor que o Estado fornece auxílio às vítimas de algum homicídio, incluindo policiais, porém o que Marcelo Freixo sempre tenta mostrar é que o órgão da Polícia Militar não tem uma política de Direitos Humanos definida e quase sempre fica a mercê da boa vontade de seus superiores.</div>
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<br /></div>
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Não é difícil achar exemplos de famílias de policiais e de vítimas que receberam auxílio do Estado, porém ainda há uma enorme dificuldade do trabalho ser estendido a todos da corporação. Marcelo Freixo usa um exemplo que aconteceu em novembro do ano passado. O recruta Paulo Aparecido Lima, de 27 anos, morreu após uma sessão de treinamento no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap). Sua turma foi submetida a exercícios que mais pareceram uma sessão de tortura. Além da morte de Paulo, outros 33 alunos precisaram de atendimento médico devido a queimaduras. A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania atuou no caso do recruta, acompanhou os depoimentos das vítimas e vistoriou as instalações do Cfap, porém tudo foi em vão. Essas foram as palavras de Marcelo Freixo sobre o caso:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"Em vez de bravatear, a principal preocupação de um chefe de Estado, responsável pela política de Segurança Pública, deveria ser a garantia das boas condições de trabalho e da segurança dos policiais militares, valorizando suas carreiras, pagando bons salários, dando uma formação adequada à defesa da cidadania e dos direitos humanos e garantindo mais democracia dentro da corporação. Por exemplo, os policiais brasileiros morrem três vezes mais fora do horário de serviço. Devido às precárias condições de trabalho, eles são obrigados a recorrer aos chamados bicos, cuja situação é ainda mais precária. É fundamental a valorização salarial para que trabalhadores e trabalhadoras não tenham que expor suas vidas em empregos extras que não lhes dão segurança. Precisamos superar o atual modelo de segurança, baseado na guerra, no militarismo e na eliminação do inimigo. Temos a polícia que mais mata e que mais morre. Não há vencedores nesta realidade insana. Por isso, a luta política é pedagógica, e este debate precisa ser feito pelo conjunto da sociedade de forma responsável. A defesa dos Direitos Humanos não pode ser algo alheio à vida dos policiais e à Segurança Pública, como se estivessem em lados opostos."</blockquote>
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<br /></div>
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A bandeira dos direitos humanos está fundada no pressuposto moral de que todas as pessoas merecem igual respeito umas das outras, somente a partir do momento em que formos capazes de agir em relação ao outro da mesma forma que gostaríamos de que agissem em relação a nós é que estaremos conjugando essa bandeira corretamente. Portanto, quando nos deparamos com a violência das grandes cidades, não devemos culpar os Direitos Humanos, mas sim as políticas públicas que contribuem com a diminuição do impacto da violência, como uma educação pública de qualidade, incentivos a cultura e lazer e uma reforma no sistema de segurança pública, que mal preza pelo bem-estar de seus próprios funcionários.</div>
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<br /></div>
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E em relação aos mal intencionados que insistem em disseminar o ódio e a desinformação como panfletagem política, tudo bem que vivemos em um tempo que há uma imensa dificuldade em manter raciocínios saudáveis, mas achar que as cidades são desumanas por causa dos Direitos Humanos é até deficiência de interpretação do nosso idioma. O correto éramos entender o que criticamos, mas como eu sei que isso nunca irá acontecer, apenas peço que consultem o dicionário de tempos em tempos. O bom senso agradece.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-7973636262903568782015-10-20T06:00:00.000-02:002015-10-20T06:00:05.657-02:00Noites das mil e uma noites: as reflexões que o mundo de Scherazade proporciona aos dias de hoje<div style="text-align: right;">
por <b>LUISA DE QUADROS COQUEMALA</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix30ad-FCqTTRgoYoKy3-C3YMk3u67M4xYvdLb88tAqOLbBv23gtgxTPxHvEip52ATDNiCygD9l43W-9WO4wWDCGqHH7z41euWdY6PKbIayabfXhDH_B6xA8RQB9w5DjVrrrVyFaPdXaI/s1600/naguib.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix30ad-FCqTTRgoYoKy3-C3YMk3u67M4xYvdLb88tAqOLbBv23gtgxTPxHvEip52ATDNiCygD9l43W-9WO4wWDCGqHH7z41euWdY6PKbIayabfXhDH_B6xA8RQB9w5DjVrrrVyFaPdXaI/s1600/naguib.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><span style="text-align: start;">“- Zarmabaha, este mundo está esfalfado de tanta ignorância”</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /><div style="text-align: justify;">
Quem não conhece, mesmo que vagamente, a famosa obra árabe <i>As mil e uma noites</i>? É comum ler um romance do século XIX e encontrar lá, em meio às páginas, uma referência ao famoso livro. Scherazade, o sultão Shahriar e uma multidão de personagens estão tão longe e, concomitantemente, tão perto de nossa cultural ocidental. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é então que aparece Naguib Mafouz. Através de uma sacada genial, o autor egípcio, em seu livro <i>Noites das mil e uma noites</i>, utiliza os personagens e a atmosfera mágica da obra-prima <i>As mil e uma noites</i>, transferindo-a para outro tempos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, nos deparamos com uma cidade indeterminada, em plena Idade Média. A narrativa se inicia justamente a partir do momento em que termina o grande clássico da cultura árabe: depois de narrar histórias para o sultão Shahriar, Scherazade recebe a notícia de que ele quer sua mão – cessando definitivamente a matança diária de mulheres.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nos três primeiros capítulos, há, além da situação de Scherazade, uma apresentação geral da sociedade da cidade, baseada nos personagens da obra clássica. E é interessante notar como no decorrer das várias narrativas que compõem o livro (também à maneira do grande clássico que serve de base), as histórias das pessoas vão se entrelaçando através de vários acontecimentos pessoais, ganhando vários focos e perspectivas.</div>
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<br /></div>
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Através desta estrutura, Mafouz consegue realizar uma crítica genial à sociedade moderna. O clima ainda é o das <i>Mil e uma noites</i>, ainda há a presença do fantástico. Contudo, ao trazer a história e as personagens para outro tempo, o enredo, inevitavelmente, ganha um clima de secularização e humanização. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Os gênios que aparecem interferem, à maneira dos deuses da <i>Ilíada</i> e da <i>Odisseia</i>, nos destinos humanos. Mas, mistura-se a isso os sentimentos e as fraquezas meramente humanas, tornando possível (com tantas referências e fantasia) a crítica que se volta sabiamente para o hoje. A análise social abrange, através de diversas narrativas, o sistema político, as guerras, a ganância humana e sobretudo a religião. </div>
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<br /></div>
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E, do próprio Naguib Mafouz, é difícil se esperar menos. Vencedor do Nobel de Literatura em 1988, o autor, formado em Filosofia pela Universidade do Cairo, cresceu numa família muçulmana devota, com uma educação islâmica restrita e regrada. E Mafouz nunca foi uma pessoa conformada com sua realidade. Crítico e audaz, chegou a levar uma facada no pescoço em 1994 de um extremista islâmico por seus livros serem “blasfemos demais”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Logo nota-se que a intenção de Mafouz não reside em criticar o islamismo em si, como religião. Inclusive, há no enredo incríveis passagens com o sheik Abdhala e belos pensamentos sobre fé. Mafouz foca no extremismo, resultado e fonte de muito mal. (Extremismo este que, inclusive, não cabe hoje apenas ao islamismo. Um pastor ou padre que prega preconceito atrás de preconceito não fica atrás, e aqui entra uma das belas máximas do livro: “A pior doença que alguém pode sofrer é a ilusão de ser deus”). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Naguib, que morreu em 2006, escreveu um livro de atualidade surpreendente, capaz de prender a atenção do leitor. A narração flui bem, é simples e intrigante. Além disso, as histórias tomam rumos interessantes e surpreendentes. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A meu ver, fica, por último, a interessante reflexão de como nós, seremos humanos, continuamos a ter inúmeros defeitos, a cometer crassos erros para com nós mesmos. Faz pensar para onde estamos indo, falhando cegamente nas mesmas coisas, tendo os mesmos preconceitos e extremismos, de uma maneira insistente, tola e egoísta. E é por isso que ler e pensar sobre este belo livro dói um pouco: afinal de contas, vamos do mundo antigo árabe diretamente para nosso mundo, onde fica inevitável reconhecer nossas grandes falhas.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<b>Ficha técnica</b></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Título: Noites das mil e uma noites</div>
<div style="text-align: justify;">
Autor: Naguib Mahfouz</div>
<div style="text-align: justify;">
Nacionalidade: Egípcio</div>
<div style="text-align: justify;">
Edição: Companhia das Letras (1997, 2008 e 2011)</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-40677437025453563122015-10-14T06:00:00.000-03:002015-10-14T10:09:00.468-03:00Não é de hoje que os tucanos são contra a educação<div style="text-align: right;">
por <b>SANDRO CHAVES ROSSI</b></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0kWy9W546N-53NMFHodmuqVHL9meFu9xizALHmnQCyVtUJTwNil_Q0RTmeNC-NpZrZHzz6L9xqhSQPZVbTc6Ls12qQFfj9Di2U0Ds3PUe6kX3Mi2qCs2bIARWvYtzGm0pQFHChrvkOBo/s1600/alckmin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0kWy9W546N-53NMFHodmuqVHL9meFu9xizALHmnQCyVtUJTwNil_Q0RTmeNC-NpZrZHzz6L9xqhSQPZVbTc6Ls12qQFfj9Di2U0Ds3PUe6kX3Mi2qCs2bIARWvYtzGm0pQFHChrvkOBo/s1600/alckmin.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Lembro do meu primeiro ano de faculdade, entre uma maçante aula e outra na faculdade de engenharia, sempre havia algum professor que fazia algum comentário negativo sobre a situação da universidade. Garanto que esse texto talvez teria muito mais repercussão se eu tivesse começado minha trajetória acadêmica em uma universidade federal durante o governo do PT, mas não, comecei a estudar na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, ou simplesmente Unesp, em 2012 - o ano talvez seria irrelevante, visto que o PSDB governa São Paulo desde 1994, dois anos depois de eu nascer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A grande maioria das críticas feitas pelos meus professores era sobre a estrutura da universidade. Nós alunos dificilmente discordávamos deles, as aulas práticas feitas em laboratório mostravam bem a realidade que era tão criticada dentro das salas de aulas. Porém, o sucateamento da educação não se limitava somente às universidades públicas, elas se estendiam até o ensino básico. Nos últimos dias, vimos que o governador, Geraldo Alckmin, planeja fechar mais de 100 escolas no estado, o que é alarmante. O grande ponto nisso tudo é que é errado associar a ideia de sucateamento da educação somente ao governador do estado de São Paulo, o sucateamento é algo intrínseco ao PSDB.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Certa vez, Bresser Pereira, um dos fundadores do PSDB, disse em entrevista à Folha de São Paulo que o PSDB acabou guinando à direita por causa da oposição que fazia ao governo do PT. Claro que há inúmeras áreas a serem observadas, mas no que diz respeito à educação, o PSDB segue uma cartilha neoliberal muito antes do PT ser da situação, seja no governo federal ou no estadual. Exemplos não faltam, tanto de candidatos quantos de anos diferentes. As gestões tucanas têm sido um terror para os educadores de todo o país.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na campanha de 2014, Aécio Neves fez uma grande propaganda sobre o "choque de gestão" de seu governo em Minas Gerais, que nada mais é, segundo ele mesmo, do que reduzir gastos na máquina pública com o intuito de viabilizar melhor os serviços básicos públicos. Não vamos entrar em detalhes de como o governo tucano fez esses cortes, mas em relação à educação, nem o mínimo de investimentos Aécio aplicou no seu governo, muito menos o de seu sucessor, Antônio Anastasia. Na gestão Aécio/Anastasia, a participação dos gastos com educação em relação às despesas totais do estado caiu de 19,36% em 2003 para 11,53% em 2012. Há vários anos o estado não cumpre o investimento mínimo em educação determinado pela Constituição, que é de pelo menos 25% da receita resultante de impostos. Aécio diz que investiu mais, reafirmando isso nos balanços anuais de governo que indicam percentuais superiores a 25%: 28,12% em 2009, 27,28% em 2010, 30,6% em 2011 e 32,59% em 2012. O que Aécio não diz que a administração estadual inclui indevidamente no cálculo dos gastos em educação outras despesas que não estão diretamente relacionadas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, como o pagamento de aposentadorias para profissionais inativos do setor. Com o ajuste correto, os governos de Aécio e Anastasia não conseguem chegar no mínimo estabelecido pela Constituição, como 20,15% em 2009, 19,79% em 2010, 21,71% em 2011 e 22,95% em 2012. Não é à toa que Fernando Pimentel, candidato do PT pelo governo mineiro em 2014, ganhou as eleições com um grande apoio dos profissionais da educação.</div>
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Aproveitando o embalo das eleições de 2014, temos também no Paraná Beto Richa, que foi eleito ainda no primeiro turno. Mal começou 2015 e Richa enfrentou a classe do professorado paranaense, cancelou reajustes, quis mexer na aposentadoria dos profissionais da educação e, quando houve revolta, agiu com truculência contra os manifestantes. A ação da Polícia Militar contra os professores gerou uma revolta nacional impossível de ser camuflada, tanto que as mobilizações para que Richa fosse responsabilizado foram grandes e então o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ajuizou uma ação civil pública contra o governador por atos de improbidade administrativa. Se engana quem acha que isso foi novidade no Paraná, Alvaro Dias, hoje senador pelo PSDB, soltou a cavalaria da PM contra os professores em 1988, quando o mesmo era governador do estado. O ato foi tão truculento que até hoje é lamentado pelos educadores não só do Paraná, mas de todo o país.</div>
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Temos como maior exemplo desse desastre tucano na educação o seu maior reduto: São Paulo. Professor em São Paulo já sofreu de tudo na mão dos governantes. Se fossemos falar de tudo que o PSDB fez para os educadores em São Paulo, teria texto no Desafinado até 2017. Não vou entrar muito em detalhes, deixarei essa árdua missão para os meus amigos professores que aqui também escrevem e são (ou foram) funcionários do governo estadual paulista. Um trecho de um texto do filósofo Vladimir Safatle na Folha de São Paulo chamado "Tucanistão" reflete bem o que são 21 anos de governo tucano em um estado:</div>
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<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"(...) Alguns podem se impressionar com o fato de tanto fracasso não abalar nosso amor por nossa dinastia. É que eles ainda acham que devemos avaliar nosso líderes por aquilo que eles são capazes de fazer, mas nós descobrimos o valor do amor incondicional. Nós os amamos porque… nós os amamos. Por isso, nossa terra é o lugar da pura felicidade. O Tucanistão é a locomotiva do progresso imaginário, alimentada por choques tortos de gestão.”</blockquote>
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Já que estamos falando dos "primórdios" tucanos, vale a pena compartilhar também uma lista com 13 indicadores feitos por Lauro Mattei, professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sobre as universidades na época dos mandatos seguidos de Fernando Henrique Cardoso e o que elas não tinham comparadas aos dois mandatos seguidos de Luís Inácio Lula da Silva:</div>
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<br /></div>
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1) Contratação de novos professores: Durante 5 anos (1997-2001) foram proibidas quaisquer contratações de professores, ao mesmo tempo que mudanças nas leis sobre as IFES levaram a uma enorme quantidade de pedidos de aposentadorias precoces;</div>
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<br /></div>
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2) Vagas: ao longo dos 8 anos do governo FHC não houve nenhuma expansão de vagas nas universidades públicas federais, fazendo com que a escala social de acesso ao ensino público e gratuito se verticalizasse cada vez mais;</div>
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<br /></div>
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3) Novas universidades: a durante os 8 anos não foi criada nenhuma nova universidade federal;</div>
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<br /></div>
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4) Novos campi: o número de campi federais praticamente se manteve inalterado ao longo dos 8 anos de governo FHC;</div>
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<br /></div>
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5) Orçamento: durante todo o governo FHC ocorreram cortes sequenciais de verbas orçamentárias, tanto para infraestrutura como para as atividades de ensino, pesquisa e extensão;</div>
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<br /></div>
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6) Salários de professores: por mais de 5 anos os salários dos docentes das IFES ficaram congelados levando a perdas salariais significativas para o conjunto da categoria, obrigando a mesma a desencadear greves praticamente todos os anos do Governo FHC;</div>
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<br /></div>
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7) Programas de qualificação docente: restrição enorme de bolsas para programação de doutorado e de pós-doutorado visando qualificar melhor a mão-de-obra docente;</div>
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<br /></div>
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8) Bolsas aos estudantes de pós-graduação: restrição enorme de bolsas de estudos, mantendo-se, inclusive, os valores congelados por muitos anos;</div>
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<br /></div>
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9) Bolsas aos estudantes de graduação: restrição enorme de bolsas para estudantes de graduação, especial nas áreas de iniciação científica e de extensão;</div>
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<br /></div>
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10) Programa internacionais de intercâmbio para os estudantes de graduação: nenhuma ação para este segmento estudantil foi implementada ao longo de 8 anos. Ao contrário, até mesmo as poucas bolsas foram reduzidas.</div>
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<br /></div>
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11) Técnicos Administrativos em Educação: restrição sequencial de contratações de novos servidores com implicação negativa sobre o funcionamento das universidades;</div>
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12) Salários do TAEs: arrocho salarial durante todo período com perdas salariais ao longo dos dois mandatos do governo FHC;</div>
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13) Expansão do ensino superior privado: uma política clara de opção pelo ensino superior privado no país, inclusive com o ministro da Educação virando consultor das instituições privadas de ensino superior e do Banco Mundial.</div>
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<br /></div>
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Mesmo sendo o maior partido de oposição, o PSDB sempre pecou muito em relação à educação. Não sei vocês, mas eu não voto em quem é contra a educação, tampouco em quem bate em professor. </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-86244398133768075392015-10-06T06:00:00.000-03:002015-10-06T11:09:39.533-03:00O que a oposição não disse sobre o governo Cristina<div style="text-align: right;">
por <b>MURILO CLETO</b></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiarITjjV8pP3JvLLL5ZwjlzP1fO3C4mNhwxdVt2lyVN-a2gISa2s8QkOTkH-gh-T-GKn3eM70xH1hcaI2Ghun5sh9nv0sAmTB-8UkVRf26y3VbSxGDZcjHYLBC0tvFC29MFQzoxCS2Zaw/s1600/Prefeitura_de_Itarare.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiarITjjV8pP3JvLLL5ZwjlzP1fO3C4mNhwxdVt2lyVN-a2gISa2s8QkOTkH-gh-T-GKn3eM70xH1hcaI2Ghun5sh9nv0sAmTB-8UkVRf26y3VbSxGDZcjHYLBC0tvFC29MFQzoxCS2Zaw/s400/Prefeitura_de_Itarare.jpg" width="400" /></a></div>
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Em quase 3 anos de Cristina Ghizzi à frente do Paço Municipal em Itararé, muita coisa se disse a respeito de seu governo. Indiscutivelmente, coisa demais. E, até que se prove o contrário, sua gestão vai ser lembrada como uma das mais corretas nas últimas décadas. Talvez seja preciso que os cofres públicos voltem a produzir compras superfaturadas, desrespeitando todas as regras previstas pela Lei de Licitações, pra que isso seja reconhecido. Talvez, porque a histórica relação do poder executivo com a imprensa local e com lideranças espúrias é suficientemente conhecida dos cidadãos da pedra que o rio cavou.</div>
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Da diplomação de Cristina, em dezembro de 2012, até hoje, a oposição soube articular muito bem o que dizer. Com jornais e rádios de sua propriedade ou de correligionários, disse que a prefeitura havia cortado casa de atendimento a pacientes de câncer, remédios populares, programas educacionais, quase sempre sem o menor fundamento. </div>
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Os prejuízos dos boatos lançados são incalculáveis. Houve pais que se confundiram com o horário de aulas dos seus filhos por causa de um deles. Outro usou de má-fé uma notícia sobre reajuste do ITBI, transformado em IPTU, estampando na capa de jornal um suposto aumento de 500%, também absolutamente irreal. A lista de feitos do parlatório protagonizado pela oposição itarareense é tão grande que precisaria de uma reflexão própria, o que não é o objetivo deste texto.</div>
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O que a oposição não disse sobre o governo Cristina tem muito a ver com o seu potencial, anunciado por 4 anos de atuação no legislativo e algumas décadas junto a movimentos sociais e ao próprio partido, ainda enquanto alternativa distante do poder no município. Cristina se forjou na rua. Sentou com representantes de categoria e de bairro. E nada disso, nem de longe, aconteceu a partir do momento em que assumiu a prefeitura.</div>
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No início do governo, uma boa mas mal articulada tentativa de aproximação com os cidadãos aconteceu através do projeto Prefeitura Itinerante. Boa, porque era a oportunidade de contato entre o executivo e os moradores de bairro em alguma situação de vulnerabilidade - quem vive em Itararé sabe que não são poucos, considerando todas as carências possíveis de infraestrutura. Mal articulada, porque, além de ter trazido pouco ou nenhum retorno aos moradores das regiões que o receberam, foi extinta rapidamente. E também sem nenhum esclarecimento.</div>
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Grande parte da retração das atividades da prefeitura guarda relação com a escassez de recursos. Todo mundo que lida com o poder público, em alguma das esferas, sabe. Mas quem mora numa região sem creche, posto de saúde, área de lazer, asfalto, esgoto, tanto faz, nem sempre sabe. E não tem obrigação nenhuma de saber. Uma das maiores promessas de campanha de Cristina era o orçamento participativo, que nunca nem chegou perto de acontecer. Que não seja a ocasião de uma revolução nos investimentos do município, o orçamento participativo poderia ser, em primeiro lugar, a sua otimização e, ainda, uma oportunidade de diálogo que escancarasse melhor os problemas sofridos pela administração. </div>
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Com a crise, os municípios estão quebrados. E um dos motivos pelos quais rigorosamente nada é feito a respeito disso, considerando a importância deles na prestação de serviços públicos básicos, é a ausência de uma consciência a respeito de suas responsabilidades previstas no pacto federativo diante da distribuição, injusta e desequilibrada, da carga tributária no país. Isso ajuda a explicar por que tanta indignação com o Planalto, afinal quem se cobra quando falta alguma coisa? O governo federal, claro, além das prefeituras, que frequentemente têm levado o ônus sobre serviços deficitários de outros entes. No verão de 2013/14, não foram poucas as tentativas de achincalhar a administração municipal diante da falta d'água, uma responsabilidade estadual.</div>
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Tudo isso é motivo a mais pra que o diálogo entre prefeitura e população seja mais próximo. Além de evitar cobranças indevidas, intensifica as que são necessárias e evita blindagens quase naturais, como a que acontece hoje com o governador Geraldo Alckmin. Muito do que não se diz a seu respeito tem a ver com o fato de que segurança pública, boa parte da educação e da saúde, saneamento básico e distribuição de água não são serviços reconhecidos como estaduais. E isso não acontece só em São Paulo.</div>
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Em Itararé, algumas iniciativas ajudaram a contornar um problema inicial de absoluta inoperância de comunicação, como a criação da imprensa oficial, que circula semanalmente divulgando ações do executivo municipal. A presença frequente de secretários e da própria prefeita na Rádio Clube também contribuiu, mas ainda é pouco. Existe um erro comum que contagia o poder público e que pressupõe a comunicação como um setor exclusivamente ligado à divulgação/propaganda. E isso não é verdade. Comunicação também é troca, detecção de problemas e capacidade de superá-los mediante esforços conjuntos. E nada disso acontece por aqui. Essa é uma gestão - e isso não se encerra com a figura de Cristina - presa no interior de gabinetes.</div>
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É justamente em períodos de crise que a comunicação com a população precisa ser intensificada. Menos recursos deveria ser significado de melhor aplicação. E isso também envolve capacidade de diálogo, com o objetivo de prevenir investimentos descartáveis. Exemplo disso são as alterações no trânsito - muito boas, em sua grande maioria. Mas, sem diálogo, algumas delas foram recuadas por pressão de moradores, o que muito provavelmente não aconteceria se houvesse o hábito de chamá-los para audiências públicas que discutissem os impactos das mudanças. A rua 24 de outubro, que virou mão única e depois voltou ao corriqueiro é exemplo disso. No Natal de 2013, uma ótima medida bloqueou o trânsito para carros durante a noite, incentivando o uso da rua por pedestres e colaborando inclusive com o comércio. Durou dias. E ninguém era capaz de defender algo que desconhecia por completo, porque a administração não se deu ao trabalho de perguntar qual era o desejo das pessoas, depois da apresentação de algum estudo, alguma hipótese, qualquer coisa. </div>
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Alguém há de contra-argumentar, e com razão, que a participação das pessoas em audiências é ínfima. E isso é verdade. Mas, também, por outro lado, não tem como a prefeitura deixar mais claro que não faz questão da presença de ninguém nestes eventos. Na terça-feira passada, dia 29, a Câmara Municipal foi palco para a apresentação do último balanço quadrimestral de gastos. Mais uma vez não foi ninguém. E por quê? Porque este não é um dos hábitos do cidadão itarareense, mas fica muito difícil de reverter este quadro com uma divulgação tão desdenhosa. Não houve uma simples nota elaborada pelo executivo municipal a ser distribuída para os jornais locais que chamasse atenção para o encontro. Nem o site do município o fez. Nem o seu perfil no Facebook - sim, a prefeitura não tem uma página, e sim um perfil. Na imprensa oficial, perdido no meio dos atos oficiais, um comunicado minúsculo, obrigatório por lei, avisava. </div>
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E isso parece bastante sintomático, como também foi o lamentável episódio de encerramento da Feira da Lua, que aconteceria na quarta-feira passada. Diante de um mau tempo bastante questionável, a Secretaria de Agricultura decidiu transferir a apresentação de Claudinho e Paulo Pipoca para a próxima semana, enquanto ainda era o início da tarde. O detalhe é que ninguém comunicou a Coordenadoria de Cultura, responsável tanto pelo pagamento dos artistas quanto pela divulgação via mídias sociais do evento. Resultado: ninguém ficou sabendo.</div>
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Enquanto isso, a oposição estava ocupada com outras coisas. Desde o início do mandato, os vereadores, obcecados em "provar o contrário", encaminharam 126 pedidos de informação ao gabinete. Além de intimidar, seu objetivo é travar a administração, que precisa parar tudo o que está fazendo para responder questões em sua grande maioria inócuas. Além disso, também há as indicações, que são basicamente uma maneira de mandar fazer sem dizer como - sem previsão orçamentária, sem nada. Alguém se lembra da Comissão Especial de Inquérito que quase foi aberta para investigar a cor que se pintou o cemitério municipal? Parece mentira, mas não é.</div>
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Enquanto isso, a oposição injeta dinheiro em guerrilha de internet, que cria montagens e perfis falsos pra disseminar ódio explícito à administração e aos membros da equipe de governo, além de expor sua intimidade. Em quase 3 anos de um governo sabidamente impopular, a oposição não foi capaz de apresentar um único projeto alternativo. </div>
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E, se a oposição nunca falou sobre a comunicação do executivo, não com ela, mas com a população, alguém há de se perguntar: por quê? Ora, parece muito claro. Quanto menor o diálogo do governo Cristina com a população, menor a sua capacidade de ação e menor o seu respaldo. Quanto menor o diálogo, maiores as chances de dependência da Câmara, que faz uso de suas atribuições investigativas para pressionar o executivo e garantir concessões em nome da governabilidade. Isso, claro, além da permanência da impopularidade de Cristina, hoje aparentemente irreversível. Qualquer semelhança com Brasília não é mera coincidência.</div>
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Se Itararé sobrevive ou não ao jogo, só o tempo vai responder. Mas, até aqui, o município paga sozinho essa conta. Resta saber até quando.</div>
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Abraços, </div>
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Murilo</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-4715884983041448202015-09-30T06:00:00.000-03:002015-09-30T09:03:10.600-03:00Estatuto da Família: um retrocesso que vai além da homofobia<div style="text-align: right;">
por <b>SANDRO CHAVES ROSSI</b></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvcowu6_0apJ4nO6QnjwwAyAMH7zeMBOwfQTMbrc5mSmx4-8jgx714SkHpHLpddOA6ahOO5-wfpkUCTcUIi79E-zQI05MpLeZurLNpDBOEoUnjCtwgdY1L-BIBugV7HM8bhX8MgNwCSSI/s1600/estatuto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvcowu6_0apJ4nO6QnjwwAyAMH7zeMBOwfQTMbrc5mSmx4-8jgx714SkHpHLpddOA6ahOO5-wfpkUCTcUIi79E-zQI05MpLeZurLNpDBOEoUnjCtwgdY1L-BIBugV7HM8bhX8MgNwCSSI/s400/estatuto.jpg" width="400" /></a></div>
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Na última quinta-feira (24/09), uma comissão especial que discute o Estatuto da Família na Câmara dos Deputados aprovou o texto principal do projeto, que define família como a união entre homem e mulher. A comissão aprovou o relatório por 17 votos favoráveis e 5 contrários, mas quatro destaques ao texto ainda precisam ser aprovados. Logo depois da votação ser concluída, o projeto segue para o Senado sem precisar ser votado pelo plenário da Câmara. Porém, os deputados podem apresentar recurso para pedir que o texto seja votado pelo plenário antes de ir para o Senado. É o que os contrários ao texto do Estatuto da Família querem.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o que tem de mais no texto do Estatuto da Família? Sem focar no objetivo claramente segregador do autor do Estatuto da Família, deputado federal Diego Garcia (PHS-PR), e dos defensores dessa medida, Marco Feliciano (PSC-SP), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Pastor Silas Malafaia, o significado imediato dela é: somente a família formada por homem e mulher e filhos. Pelo seu artigo 2º, o Projeto de Lei estabelece que as famílias formadas por um casal heterossexual são as únicas dignas de proteção e direitos, afirmando no texto que “define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. O que, de fato, exclui famílias constituídas por casais homossexuais. </div>
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<br /></div>
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A grande questão é que essa ofensiva contra os grupos LGBT que animou os setores mais conservadores da sociedade e do Congresso, foi uma ofensiva muito mais abrangente do que ela realmente parece. Limitar o conceito de família a apenas um casal heterossexual e seus filhos não excluiu somente casais homossexuais, mas também uma grande parcela da população que teve e tem sua família composta por mães e pais solteiros, ou até mesmo em outros diversos casos, que não são raros, quando a criação parte de outros membros da família. Por mais que o conceito de família previsto pelo Estatuto abranja uma parte majoritária da sociedade, ele atingiu muita gente que o apoia e, por mais irônico que isso pareça, a maioria ainda não percebeu isso. Não sei se o autor do projeto também teve a intenção de excluir pais solteiros, se teve, não foi surpresa nenhuma, se não teve, foi um tiro muito bem dado no próprio pé.</div>
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<br /></div>
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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular em maio desse ano revelou que o Brasil tem 67 milhões de mães. Dessas, 31% são solteiras e 46% trabalham. Com idade média de 47 anos, 55% das mães pertencem à classe média, 25% à classe alta e 20% são de classe baixa. Pouco mais de um terço dos filhos adultos (36%) ajudam financeiramente as progenitoras. Entre as mães do século passado, 75% acreditavam que uma pessoa só pode ser feliz se constituir família. O percentual de verdade dessa premissa cai para 66% para as mães da nova geração. A pesquisa não revela os motivos que levaram as mães a criarem seus filhos sozinhos, talvez porque haja uma grande diversificação desses motivos, mas não é difícil de deduzir quais sejam esses motivos, como por exemplo, talvez o mais comum deles: o abandono paterno.</div>
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Com base no Censo Escolar de 2011, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apontou que há 5,5 milhões de crianças brasileiras sem o nome do pai na certidão de nascimento. Essa pesquisa se baseia em dados de 2011, mas que, em sua última atualização, feita ainda nesse ano, não mostrou nenhuma diminuição desse número. O programa "Pai Presente" do CNJ, que facilita o reconhecimento de paternidade no país, já existe há quase cinco anos e conseguiu o reconhecimento de apenas 40 mil casos, o que é muito pouco comparado ao número milionário de crianças sem registro paterno. É bom deixar claro que esse é só um exemplo de um problema social e familiar que não se encaixa no Estatuto da Família proposto pela ala conservadora do Congresso e que acarreta inúmeros problemas no desenvolvimento social do país, porém é sempre bom lembrar que as mulheres também sofrem com as políticas conservadoras de um grupo hipócrita que faz panfletagem ideológica para angariar votos.</div>
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<br /></div>
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Ainda sobre a violação dos direitos das mulheres, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) foi quem apresentou a emenda ao Projeto de Lei nº 6.583/2013, para incluir a ideia de que a vida começa na concepção:</div>
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<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
“Art. 3º É dever do Estado, da sociedade e do Poder Público em todos os níveis assegurar à entidade familiar a efetivação do direito à vida desde a concepção, à saúde, à alimentação, à moradia, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania e à convivência comunitária.”</blockquote>
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<br /></div>
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O problema nisso é que, segundo especialistas, a inclusão do “direito à vida desde a concepção” pode ser uma ameaça ao direito ao aborto nas três circunstâncias em que é legal, ou seja, nos casos de estupro, anencefalia e risco de morte. Além disso, torna ainda mais difícil o processo da legalização do aborto no Brasil, até a 12ª semana de gestação, como é em outros países. Portanto, se engana muito quem acha que o Estatuto da Família restringe os direitos somente da comunidade LGBT, ele restringe outras formas de família e, além disso, retira direitos que custaram muito para serem conquistados e dificulta ainda mais a consolidação de outros novos.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-76811133081745429662015-09-29T06:00:00.000-03:002015-09-29T07:48:12.651-03:00Ondjaki: uma brisa luandense num dia de calor<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<span style="text-align: start;">por <b>LUISA DE QUADROS COQUEMALA</b></span><b><br style="text-align: start;" /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijzj7V8IevVIoOL98LYjozxdFIIfplrUlLWyhOFJgFyjLhcPsNyY7gN4C6ax3ne1PUbtBba4TKtFD9ZVksll-9mmRgj1dmf5dk-2ANG2B0fwpFjkuP0iBszdQj5WlV1B8gRtTTL7DO33I/s1600/ondjaki+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijzj7V8IevVIoOL98LYjozxdFIIfplrUlLWyhOFJgFyjLhcPsNyY7gN4C6ax3ne1PUbtBba4TKtFD9ZVksll-9mmRgj1dmf5dk-2ANG2B0fwpFjkuP0iBszdQj5WlV1B8gRtTTL7DO33I/s1600/ondjaki+1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">“Sou irmão das estrelas, acendo as primas delas aqui na terra. Lá nos céus universais, elas me cumprimentam com brilhos sorridos; ou serão sorrisos brilhantes? Toda estrela é luz bonita que nunca soube descansar de alegrar a noite. Toda noite é palco de estrelas, candeeiros e olhos acontecerem”.</span></span></td></tr>
</tbody></table>
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Hoje, vamos falar (com prazer) de Ondjaki. Nascido em Luanda, em 1977, ele é uma figura no mínimo interessante. Formado em sociologia, terminou em 2010 seu doutorado em estudos africanos, na Itália. Além disso, o luandense já conquistou, por aqui, o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Juvenil. E há, ainda, a honra de termos o autor em nossas terras: atualmente, ele reside no Rio de Janeiro.</div>
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Pensar em Ondjaki é a mesma coisa que recordar a célebre declaração de JD Salinger: “O que realmente me arrebata é um livro que, quando termina-se a leitura, você deseja que o autor que o escreveu fosse um grande amigo seu e que você pudesse ligar para ele quando sentisse vontade. No entanto, isso não acontece com frequência”.</div>
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Eu não sabia exatamente o que esperar quando me deparei com seu livro de contos, <i>e se amanhã o medo</i>, publicado em 2005. Apesar da belíssima edição feita pela Língua Geral (minha única certeza até então), o fato de não haver expectativas deixou a surpresa ainda mais agradável. </div>
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Ondjaki sabe pintar belos quadros. Cada um de seus contos (cenas, pequenos acontecimentos) são escritos com uma delicadeza ímpar. O autor vai fundo. Atinge aquele tipo de escrita que toca e sensibiliza, te transportando para outra realidade de uma maneira tão brilhante que arranca suspiros dos mais duros. </div>
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O autor luandense sabe escrever, eis um fato. Em língua portuguesa, atualmente, difícil encontrar algo tão bem trabalhado, tão comovente e honesto – dando o efeito da leveza de uma brisa num dia de calor. E, afinal de contas, não foi Hemingway quem disse (acertadamente) que uma boa história precisa de alguns destes atributos para ser boa?</div>
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O livro <i>e se amanhã o medo</i> é dividido em duas partes (partes estas inspiradas em A Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar): <i>horas tranquilas e conchas escuras</i>. A primeira traz histórias mais leves, enquanto que na segunda o clima já é de mais tensão. De qualquer maneira, o panorama final é incrível, a vista é única. E, de fato, o autor consegue criar um belo livro, montado uma espécie de quebra cabeça cujas peças são justamente suas pequenas obras primas. Assim, atinge a excelência em diversos contos: <i>coração de porco, a confissão do acendedor de candeeiros, a esquina, a filha da sogra, madrugada </i>etc. </div>
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Fico feliz quando leio livros como este de Ondjaki. Não apenas pelas belas doses de reflexão, mas também por minha alegria ao ver algo tão bem escrita na nossa língua. Ondjaki e seus contos conseguem arrancar sorrisos discretos e verdadeiros. E só por isso já basta ler um livro seu. </div>
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<b>FICHA TÉCNICA</b></div>
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Título: e se amanhã o medo</div>
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Autor: Ondjaki</div>
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Nacionalidade: luandense</div>
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Edição: Língua Geral (2010) e Caminho (2005 e 2010)</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14269802699816914517noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3683368759480656144.post-26926809989146250182015-09-17T06:00:00.000-03:002015-09-17T06:00:07.494-03:00O que Gilmar Mendes não disse<div style="text-align: right;">
por <b>SANDRO CHAVES ROSSI</b></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr1hA9vjbi7m6CG9frU9OTiBSQpVUewzC3SUA6kMphTOYo1fDVt-ZtB2Hr0y0PIHfOWLXjmqIVGUk1Mt9FUVxjsVpcPZ6D8pMKp604OxP4SyRPhCxkHfHUSBsW5HXZnvH-FPdJAljsMbg/s1600/gilmar-mendes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr1hA9vjbi7m6CG9frU9OTiBSQpVUewzC3SUA6kMphTOYo1fDVt-ZtB2Hr0y0PIHfOWLXjmqIVGUk1Mt9FUVxjsVpcPZ6D8pMKp604OxP4SyRPhCxkHfHUSBsW5HXZnvH-FPdJAljsMbg/s1600/gilmar-mendes.jpg" /></a></div>
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No último dia 16, o Supremo Tribunal Federal voltou a julgar a permissão para doações de campanha por parte de pessoas jurídicas. O julgamento foi retomado após Gilmar Mendes ter liberado, na semana passada, após um ano e cinco meses depois, seu voto sobre o assunto, permitindo que o caso seja retomado pelo plenário. A ação judicial proposta pela OAB sobre a doação eleitoral por empresas foi a julgamento em 2013 no STF, mas em abril do ano passado foi interrompida por Gilmar Mendes. Quando o julgamento estava 6 a 1 pelo fim das doações, ele pediu vista - que nada mais é do que um tempo para que o juiz possa analisar melhor o processo para não ter dúvidas sobre o seu voto -, e então a sessão foi suspensa.</div>
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A questão é que na volta do julgamento, Gilmar Mendes foi um sofista do nível mais baixo até então visto no STF, não se limitando apenas a argumentos, mas também a acusações rasas e atitudes que mancham o debate político em uma das esferas mais incisivas da sociedade. Mendes começou seu discurso, que demorou 4 horas, com os seguintes argumentos:</div>
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<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<i>Quer dizer, voltamos ao status pré-Collor, em que se tinha doação só de pessoas privadas. O Brasil sempre teve isso. É um amontoado de caixa dois. Que essa era a realidade.<br />Nós temos dificuldades na situação atual às vezes de fiscalizar 20 empresas – doadoras, etc e tal. Agora imagine o número de doadores pessoas físicas com esse potencial: sindicatos, igrejas, organizações sociais, todas elas, podendo ter dinheiro que vai ser distribuído por CPF.</i></blockquote>
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Logo após isso, Mendes armou uma ofensiva contra todos que o questionaram, principalmente em cima da OAB e do PT. Ao questionar a decisão da OAB em proibir a doação de empresas para campanhas políticas, Gilmar Mendes disse que "ação da OAB contra doação empresarial teve como objetivo envolver STF em trama, em conspirata pró-PT". Além do mais, Gilmar explica "conspiração": OAB fez evento com participação do hoje ministro Barroso e propôs ação no STF para depois mudar sistema eleitoral. Ele ainda enfatiza que "essas ideias coincidiam por inspiração divina com os propósitos do PT e do governo". Basicamente, o que Gilmar Mendes fez foi acusar OAB e PT de conspiração com participação de Barroso e ainda dizer, sem prova nenhuma, que o partido tem dinheiro oculto.</div>
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Por fim, Gilmar Mendes teve uma atitude inesperada, ele deixou o plenário depois que Lewandowski permitiu que um advogado fizesse a defesa da OAB de suas acusações. Gilmar Mendes diz que o advogado não poderia falar, Lewandowski interveio e disse que Mendes falou por horas e que devia dar espaço para que o advogado também falasse, ao que Gilmar Mendes responde: "mas eu sou ministro e ele é advogado!". Então se levantou e abandonou a sessão.</div>
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Poderíamos discutir a influência dos mercados na democracia, a sua importância e as suas implicações, porém deixaremos isso para depois - fica como ideia para um próximo texto, talvez. O que nós temos que lidar é com a realidade que vivemos hoje no nosso sistema político que sempre sofreu influência do capital privado dos mercados e as consequências que eles trouxeram para a democracia até hoje. Empresas que têm por instinto natural visar o lucro, dificilmente se importam com as implicações que tais atos causam na democracia brasileira, é claro que não devemos generalizar, mas há sim um grande interesse de boa parte desses empresários em usar o aparato estatal para garantir seus ganhos.</div>
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A Lava Jato evidencia isso cada vez mais. É preocupante que não se veja problema algum quando alvos da Lava Jato doaram cerca de R$ 109 milhões só para Dilma e Aécio nas últimas eleições de 2014. Esse valor foi destinado a candidatos e não partidos. Quando o assunto é partidário, temos um dado ainda mais preocupante: empreiteiras da Lava Jato doaram R$ 277 milhões para 28 dos 32 partidos Oito empresas investigadas pela PF financiaram quase todas as siglas do país em 2014, sem distinção entre governistas e oposicionistas.</div>
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Há influência do capital dos mercados não pára por aí, a cada eleição cresce o número de empresários que compõem as bancadas do legislativo federal, hoje cerca de 280 deputados são empresários, maior número até então, isso sem contar outros políticos que se elegeram com dinheiro de empresários para proteger os interesses dos mesmos, é o caso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Cunha teve uma das campanhas mais caras para o legislativo no ano de 2014, declarou no TSE ter recebido R$ 6,8 milhões de doações de empresas, dentre elas estão empresas do ramo de exploração de minérios, bebidas, planos de saúde e telecomunicações.</div>
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Há quem ache tudo uma grande coincidência, mas as pautas defendidas por Eduardo Cunha nesse ano foram todas visando o favorecimento dos empresários, como a terceirização do trabalho, que permite a empresa contratar um empregado sem seguir a CLT; a PEC 451 que visa diminuir os recursos federais repassados ao SUS e a aprovação na doação de empresas para campanhas eleitorais, esta última votada duas vezes através de uma manobra irregular, mas que parece não ter relevância para Eduardo Cunha. Além dessas pautas, Cunha também disse que a regulamentação da mídia, algo que é de suma importância para a democracia brasileira, só será votada "por cima do seu cadáver". O que Gilmar Mendes não disse nessa última quarta-feira, está sendo dito por Eduardo Cunha desde o começo do ano: empresa não faz doação, faz investimento.</div>
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